Advogada relata violência institucional e assédio moral no puerpério, apontando omissão da OAB/RS!

VIRAM ESSA? 😱 A advogada multidisciplinar Mariane Borges Barroso Tomaz (@marianebarrosotomaz), natural de Piratini/RS e inscrita e atuante na OAB Pelotas/RS em causas de alta complexidade, relata uma vexatória situação de violência institucional e assédio moral contra mulher, praticado tanto por seu próprio órgão de classe, quanto por advogados colegas.

Ao ajuizar Ação Popular para verificar a regularidade da instalação de dutos de drenagem, assim como esclarecer o destino e tratamento das águas da enchente e periciar a Estrada do Engenho (dique de contenção), começou a sofrer perseguição e assédio de três homens, sendo dois deles, integrantes da OAB/RS.

Perseguição e intimidação inicial

Inicialmente, nos grupos e privado de whatsapp, foi perseguida e intimidada pelo engenheiro agrícola Telmo Lena Garcez, autodeclarado vice-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Agrícola e proprietário da Empresa Agro Local, bem como, na sequência foi chamada de “advogada Rivotril que atrapalhava o trabalhos dos técnicos na enchente”.

Um dia após o ajuizamento da referida ação, o advogado Leonardo Augusto Gomes de Pinho Antunes, lhe enviou mensagem no Instagram às 22h, dizendo que ela não poderia falar de seus trabalhos sociais nem nas redes nem fora delas, sob pena de ser aberto contra si processo ético-disciplinar.

Ataques públicos e privados

Na sequência, começou também a ser atacada pelo advogado e empresário do ramo imobiliário, incorporador de empreendimentos de alto padrão como Cond. Lagos de São Gonçalo, Parque Una Pelotas, Alphaville, Veredas, Parque Una Uberlândia/MG, Palácio das Águas Home Resort Macapá/AP, Estância dos Montes Santa Maria/RS, Seehaus Home Resort, em Gaspar/SC, com afirmativas do tipo que “lhe faltava discernimento”, “que se precisasse de Rivotril era melhor não usar o fato como argumento”, em tom de deboche e até mesmo fazendo enquete em seu Instagram para saber se seus seguidores achavam que ele deveria conceder direito de resposta na mídia, visto que é patrocinador de veículos de comunicação, que não possuem liberdade nem responsabilidade com a informação.

Imediatamente, em 22 de maio, entrou em contato com o Presidente da OAB Pelotas, Victor Gastaud, relatando os fatos e pedindo Nota de Repúdio e Desagravo, ao que perguntou se era só isso e que levaria para a diretoria para análise e nunca mais retornou.

Buscou também a vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada, Eunice Taguchi, pedindo ajuda e repúdio aos ataques, que ferem a dignidade de todas as advogadas, que respondeu que não dava pra fazer nada porque não estava na cidade.
Confira AQUI a Petição que Desonra OAB

Inércia institucional da OAB

Não sendo protegida, mas marginalizada pelo próprio órgão de classe, que tem histórico de perseguição pessoal com a advogada, que é, por outro lado, reconhecida pelo seu trabalho em todo país, inclusive prestigiada com prêmio Latino Americano, buscou a imprensa para denunciar a violência de gênero e institucional que estava sofrendo, sendo que quase todas as mídias locais não quiseram veicular, inclusive a RBS TV afiliada da TV GLOBO, ao argumento de que tinham muitos interesses e pessoas envolvidas e só se o jurídico permitisse.

Censura e falta de apoio da Imprensa

“A situação de censura chegou ao ponto de repórteres irem ao meu encontro fazer entrevista para colher informações de interesse social na enchente e, ao final da conversa, falarem que tudo era muito grave, mas que infelizmente não podiam publicar ou porque a Prefeita da cidade não tinha respondido, ou porque era patrocinado pelo advogado e empresário Fabiano”, conta a advogada.

Para sua surpresa, em 09 de julho recebe ofício da OAB Pelotas informando que tinha sido aberto processo ético-disciplinar contra ela sob argumento de não estar sendo merecedora de respeito nem contribuindo com a imagem da classe, pedido oriundo da 4ª Vara da Fazenda Pública de Pelotas, feito pelo magistrado Bento Fernandez, que se sentiu ofendido porque a advogada afirmou que a demora na realização da vistoria causaria prejuízos e responsabilização, no sentido alterar o local das provas, bem como por pedir intimação do IBAMA, IPHAN e outros órgãos de interesse na ação.
Confira AQUI o Pedido de Intervenção OAB SP
“Imediatamente respondi ao e-mail questionando o que a OAB Pelotas fazia em prol da boa imagem da classe, inclusive na enchente, visto que contatei membro da Comissão dos Direitos Humanos e da Igualdade Racial sobre os graves problemas descobertos na ação, que levam a fatos severamente alarmantes, que não fosse convite para café e feijoada, requerendo reconsideração, tendo como resposta que independentemente de qualquer coisa ou argumento, o processo seguiria. Ou seja, eu sou uma advogada vinda do interior, que com muita dedicação estou construindo uma carreira nacional brilhante, mas para meus representantes locais eu sou condenada e marginalizada”.

Ao procurar a OAB/RS, pedindo reunião com o Presidente Leonardo Lamachia, descobriu que ninguém na sede em Porto Alegre sabe o telefone dele, o seu escritório não pode passar o contato e também, ao pedir reunião virtual, não teve retorno.

Denúncia de Misoginia e Xenofobia

A advogada Mariane acredita sofrer misoginia e xenofobia, além de escancarada perseguição, pois, no último domingo, ao acessar sua conta no Instagram, percebeu que novamente havia sido denunciada, ligando para o Plantão das Prerrogativas da OAB/RS, onde o advogado perguntou se ela estava presa e que não podia fazer nada.

“Eu respondi a ele que sim, que estava presa na ignorância, na falta de gestão, na imoralidade, na violência de gênero, na xenofobia, no silenciamento e em tudo que a OAB deveria ser contra, mas lamentavelmente pratica. (...) esses colegas, homens e mulheres, ou que ofendem ou que se calam diante de situações como essas, não são dignos de carregar o título de advogado, não honram a classe nem a justiça e se envergonharão no futuro, enquanto eu, continuarei cumprindo meu juramento, representando Pelotas pelo país e agradecendo todos os meus clientes pelotenses e os homenageando através da decoração do meu escritório feito com belas imagens de Pelotas”.

A advogada, contou, que diante de todos estes problemas, criou um projeto nacional de capacitação, que lançará em breve, abriu o canal no Youtube Data Venia Podcast e tenta ainda conseguir fazer live no Instagram @marianebarrosotomaz, que sofre restrições, onde relatará situações e falará sobre direitos e também está exigindo a implementação de um sistema especial de atendimento à advogada do interior e apresentará, ainda hoje, representações administrativas e mudanças na política da META, pois, segundo ela, a forma que existe hoje, auxilia que mulheres vítimas de violência sejam silenciadas e extirpadas do convívio social, pois basta reclamar de um homem para ter suas contas derrubadas.

0/Comentários

Agradecemos pelo seu comentário!

Anterior Próxima