Ministro de Lula sai em defesa de Moraes por uso extraoficial do TSE

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Via @metropoles | Ao menos um ministro de Lula saiu em defesa de Alexandre de Moraes após uma reportagem revelar que o magistrado teria usado um setor do TSE de forma não oficial para embasar decisões contra bolsonaristas em um inquérito que tramita no STF.

A defesa de Moraes partiu de Paulo Teixeira, atual ministro do Desenvolvimento Agrário de Lula. Teixeira seu “X” (antigo Twitter) para tentar desacreditar a matéria do jornal Folha de S. Paulo que revelou a ação do gabinete de Moraes.

Na rede social, o ministro do Desenvolvimento Agrário classificou a revelação do jornal como “sensacionalista” e disse que não corresponde à verdade”, apesar de o próprio gabinete de Moraes não negar a veracidade das informações.

“A matéria só tem o efeito de alimentar o movimento de tentar desacreditar o STF para incidir no julgamento do inelegível (no caso, o ex-presidente Jair Bolsonaro)”, escreveu Teixeira.

Coordenador do Prerrogativas, grupo de advogados antilavajatistas, Marco Aurélio de Carvalho também saiu em defesa de Moraes. À coluna, Carvalho afirmou que qualquer tentativa de comparação do caso com a Vaza Jato de Sergio Moro é “desonesta”.

“Qualquer tentativa de comparar situações é no mínimo leviana e desonesta. Temos que colocar os fatos dentro do contexto: foi uma troca de mensagens entre o ministro Alexandre e seus assessores, diferentemente de outras situações em que juiz conversava com uma das partes, elegendo um determinado especial alvo, com determinado especial objetivo”, afirmou o advogado.

Mensagens trocadas

O caso foi revelado nesta terça-feira (13/8) pela Folha. O jornal diz que teve acesso à troca de mensagens entre Moraes e assessores que apontam o uso extraoficial do setor de combate à desinformação do TSE pelo gabinete do ministro no STF.

As mensagens, segundo o jornal, revelam um fluxo fora do rito envolvendo STF e TSE. Nesse caso, o órgão de combate à desinformação da Corte Eleitoral era usado para investigar e abastecer o inquérito das fake news, que tramita no Supremo.

Em nota, o gabinete de Moraes sustentou que não houve irregularidades nos pedidos feitos pelo ministro a órgãos do TSE durante a investigação dos inquéritos das fake news e das milícias digitais. E lembrou ainda que a Corte Eleitoral tem poder de polícia.

Bolsonaristas falam em “Vaza Jato” do Xandão

Como mostrou a coluna, bolsonaristas apelidaram as revelações de “Vaza Jato do Xandão”. Foi uma referência ao vazamento de conversas entre Sergio Moro e integrantes da Lava Jato, mostrando que o então juiz cedeu informação privilegiada e ajudou o Ministério Público Federal (MPF) a construir casos.

O jornal Folha de S. Paulo informa na reportagem, entretanto, que obteve o material sobre Moraes com fontes que tiveram acesso a dados de um telefone que contém as mensagens, e não por interceptação ilegal ou acesso hacker, como no caso da Vaza Jato de Moro.

Igor Gadelha e Gustavo Zucchi
Fonte: @metropoles

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