“O STF tem simpatizantes, pessoas que reconhecem o papel do Tribunal, mas eles são silenciosos. Já os nossos adversários são barulhentos”, afirmou.
O decano, no entanto, já lidou com períodos de discordância da população. “Vivemos momentos de aplauso, como no mensalão, e de crítica, como na Lava Jato”, apontou.
A operação de março de 2014 gera orgulho no ministro: “Fui a primeira voz relevante que apontou que o rei estava nu. E fui o voto decisivo na suspeição de Sergio Moro na Segunda Turma”. Além disso, citou “incompreensões” da época, mas citou não ter arrependimentos.
Outro momento marcante na trajetória de Gilmar foi a pandemia da covid-19. “Ao contrário de outras cortes, o Supremo manteve um padrão civilizatório. Com o negacionismo do governo Bolsonaro, o tribunal enfrentou isso. Perdemos mais de 700 mil pessoas. Teríamos chegado a 1 milhão, talvez, sem a atuação do Tribunal”, comentou.
Pouco depois, o Judiciário passou pela eleição presidencial de 2022. Apesar das campanhas contra as urnas eletrônicas, “ninguém teve dúvida de quem ganhou em 2022. E, para 2026, a população está mais crítica para perceber fake news”.
Segundo o decano, as cortes estão prontas “para evitar abusos e retirar conteúdos falsos das redes”, tema que será retomado pelo Plenário do Supremo esta semana, em discussão sobre o artigo 19 do Marco Civil da Internet.
“O ideal seria que o Congresso tivesse conseguido se dedicar a isso. Houve impulso no Senado, mas parou na Câmara por pressão das plataformas, que fizeram campanha contra. A terra de ninguém as beneficia”, afirmou. “Pedofilia e incentivo à violência não podem fazer parte do repertório das redes”, disse.
Fonte: @consultor_juridico
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