A confusão iniciou após o cliente cometer um erro ao pagar a parcela de janeiro de 2025, quando desejava pagar a de dezembro de 2024. Após isso, ele começou a receber ligações telefônicas persistentes, a cada 15 minutos, por meio de empresas que supostamente estariam ligadas ao Bradesco.
Bradesco é investigado por prática abusiva
O cliente atendeu uma das ligações e foi informado que a parcela de seu financiamento estava atrasada. Em contato com o Bradesco, foi verificada a inversão das parcelas. O banco informou que daria baixa no pagamento em dezembro e emitira um novo boleto, com parcela de janeiro sem juros.
O documento deveria ter sido enviado até 16 de janeiro deste ano, mas não ocorreu. O cliente, então, buscou a agência novamente e foi informado que não seria possível emitir um boleto sem juros. A parcela com juros seria enviada em sequência, mas também não ocorreu.
O morador de Florianópolis tentou diversas vezes pagar o boleto original, mas não obteve êxito. Durante esse período, as ligações continuaram e ultrapassaram 400 contatos realizados a partir de 18 de dezembro.
As chamadas eram feitas de segunda a sábado, das 9h às 20h, com intervalos de 15 minutos entre cada contato, além de mensagens de SMS e Caixa Postal. As ligações estariam gerando perturbação ao sossego do consumidor e prejuízo no uso do seu aparelho telefônico.
O cliente, ao verificar a origem das ligações, observou que os contatos não eram feitos pelo Bradesco, mas por escritórios supostamente ligados ao banco. Ao pesquisar sobre os escritórios, ele observou que outros clientes denunciavam possíveis fraudes ligadas às cobranças.
Conforme o Ministério Público, foi verificado que as empresas responsáveis pelas ligações possuem quantidade expressiva de reclamações no site Reclame Aqui.
A reportagem do ND Mais entrou em contato com o Bradesco, buscando um posicionamento sobre o caso, e o Bradesco afirmou que não comenta processos em aberto.
No entanto, o Bradesco alegou nos autos do processo que “não pratica ligações fraudulentas aos seus consumidores”, mas que não pode descrever as práticas adotadas por “supostos terceiros”.
Além disso, a instituição se colocou à disposição para regularizar o cronograma de pagamento do financiamento do cliente, compensando o valor pago antecipadamente na parcela correta.
Apesar disso, o MPSC considerou que a situação não foi totalmente resolvida e abriu um inquérito civil, iniciado em 4 de julho. A investigação segue em andamento.
“A irregularidade consistente na impossibilidade de pagamento de parcela de financiamento e as cobranças fraudulentas realizadas por ligação telefônica”, descreveu o órgão nos autos do processo.
Kauê Alberguini, Florianópolis
Fonte: @ndmais
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