A declaração foi divulgada após manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, realizadas no domingo, 7.
Durante os atos, os ministros do Supremo foram acusados de instaurar "ditadura de toga" e de agir de forma autoritária, em meio ao julgamento que analisa a chamada trama golpista.
Barroso ressaltou que só se pronunciará oficialmente em nome do STF quando o julgamento estiver concluído, após a análise da acusação, da defesa e das provas apresentadas.
"Não gosto de ser comentarista do fato político do dia e estou aguardando o julgamento para me pronunciar em nome do Supremo Tribunal Federal. A hora para fazê-lo é após o exame da acusação, da defesa e apresentação das provas, para se saber quem é inocente e quem é culpado. Processo penal é prova, não disputa política ou ideológica", destacou.
O ministro também refutou a tentativa de comparação entre o julgamento e os anos da ditadura militar. Segundo o ministro, diferentemente do regime de exceção, o Supremo atua em um ambiente de transparência.
"Tendo vivido e combatido a ditadura, nela é que não havia devido processo legal público e transparente, acompanhado pela imprensa e pela sociedade em geral. Era um mundo de sombras. Hoje, tudo tem sido feito à luz do dia. O julgamento é um reflexo da realidade. Na vida, não adianta querer quebrar o espelho por não gostar da imagem", completou Barroso.
Trama golpista
O julgamento do chamado Núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado de 2022 entrará, nesta terça-feira, 9, na fase de votos na 1ª turma do STF.
O relator, ministro Alexandre de Moraes, abre a votação, seguido pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Estão no banco dos réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete de seus principais auxiliares, acusados de crimes como tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.
A decisão será tomada por maioria simples e, em caso de condenação, a fixação das penas ocorrerá de imediato.
As sessões se estendem até sexta-feira, 12.
Informações: Agência Brasil.
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