No Instagram, a profissional agradeceu às mensagens de apoio que tem recebido e deu a entender que mudará de profissão.
"Fui punida com dois dias de permanência disciplinar. Para quem não entende, é uma prisão administrativa, fico aquartelada, sem poder ir para casa. É uma sanção grave, nunca pensei em ter na minha ficha", desabafou ela.
Segundo Mayara, os vídeos foram publicados por ela estar orgulhosa dos aprendizados na corporação.
"Nunca passou pela minha cabeça que eu estava praticando algo que iria me prejudicar mais na frente", continuou. Ela afirmou ainda que cumprirá a pena "de cabeça erguida" e que, a partir de agora, não fará mais menções à carreira na internet.
"Não haverá mais foto alguma no meu perfil, vou deixar para quem pode e para quem ainda se orgulha da farda que usa. Diferentemente do que alguns acham, nunca quis milhões de seguidores, pois não ganho dinheiro com isso", alfinetou ela. No Instagram, Mayara é seguida por 47,1 mil pessoas.
"Eu tinha orgulho de onde eu estava e repassava isso para quem gostava e queria, um dia, chegar lá. A partir de hoje, me dedicarei a estudar para conseguir outro trabalho em que eu me sinta valorizada e onde eu possa compartilhar com orgulho aonde eu consegui chegar com esforço e dedicação."
Punição
Mayara foi punida com permanência disciplinar de dois dias no quartel após publicar em suas redes sociais a rotina de sua vida como policial militar. A decisão foi publicada no Boletim do Comando Geral em abril, mas, alegando inocência, a defesa da profissional recorreu.
À época, o Diário do Nordeste apurou que a PM já havia sido advertida sobre a publicação dos vídeos.
"Embora o princípio da liberdade de expressão assegure aos indivíduos o direito de manterem perfis pessoais em redes sociais, a utilização do fardamento oficial, bem como a exposição de viaturas e demais elementos característicos da atividade policial militar, constitui clara representação da instituição da Polícia Militar do Ceará, não devendo tais símbolos institucionais serem utilizados em publicações de caráter particular", disse a decisão do comando.
Em nota enviada ao Diário do Nordeste, a defesa de Mayara Kelly disse que ingressou, ainda na quarta-feira (1º), com Ação Autônoma de Anulação de Ato Administrativo (Sanção) na Auditoria Militar do Ceará.
No texto, o advogado Francisco José Sabino Sá afirmou que "os vídeos divulgados pela Sd PM Mayara são informativos/motivacionais, sem divulgação de dados sigilosos ou documentos, sem desrespeitos as autoridades públicas e políticas ou críticas à hierarquia e disciplina. Não existe cunho político partidário ou monetização das publicações".
A nota ainda defende "a inaplicabilidade de norma interna da Assessoria de Comunicação a perfis pessoais de militares, a vedação de censura prévia, além da inexistência de dano à imagem institucional".
Fonte: @diariodonordeste
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