O advogado Marcos André Bruxel Saes, representante do amicus curiae ISAF - Instituto Sócio-Ambiental Flora Nativa, buscava demonstrar a inviabilidade técnica do traçado da ferrovia ao longo da BR-163. Segundo ele, seria impossível manter a obra restrita à faixa de domínio da rodovia, como sugerem estudos apresentados nos autos.
"Todo mundo sabe, no linguajar popular, senhor presidente, que trem não sobe morro. Trem tem dificuldade de fazer curva acentuada, não consegue permanecer na faixa de domínio da BR", afirmou o advogado.
O relator, ministro Alexandre de Moraes, pediu a palavra e, brincando, rebateu a fala com uma experiência pessoal:
"Presidente, só uma observação: o trem sobe morro. Eu já fui da terra do nosso vice-presidente Geraldo Alckmin, de Pindamonhangaba até Campos do Jordão de trem. E era até uma maria-fumaça, subiu direitinho o morro."
Assista:
O pano de fundo
Apesar da leveza do comentário, a fala do advogado refletia um dos pontos centrais da controvérsia: a alegada inviabilidade técnica de manter a Ferrogrão apenas na faixa da BR-163.
Entidades socioambientais defendem que o relevo e as condições da região impossibilitam a execução do projeto sem afetar áreas de preservação, enquanto setores do agronegócio argumentam que estudos recentes já viabilizaram o traçado alternativo.
Postar um comentário
Agradecemos pelo seu comentário!