Casos como o do ministro Dias Toffoli, que aceitou carona em um avião particular para assistir à final da Libertadores em Lima, no Peru, e do ministro Alexandre de Moraes, que teria ligado seis vezes para Gabriel Galípolo, do Banco Central, solicitando informações sobre o Banco Master, onde sua esposa mantém contrato de advocacia, esquentaram o debate.
A viagem ocorreu em 29 de novembro de 2025, e Toffoli, que é palmeirense, viajou com outros torcedores do Palmeiras. O avião privado foi utilizado por Luiz Osvaldo Pastore, e 15 pessoas, incluindo Toffoli, Botelho e Bull, estavam na aeronave.
Toffoli não custeou a viagem e não se importou com o escrutínio público, o que gerou críticas e discussões sobre a conduta do ministro em relação ao Banco Master e a suas investigações. Diante da discussão sobre a mudança nas regras de impeachment de ministros da Corte, o presidente do STF, Edson Fachin, falou a seus pares sobre sua vontade de construir um documento baseado em modelo alemão.
O código de conduta ou de ética, como alguns chamaram, no entanto, ainda não foi tema de debate entre os componentes do STF. O decano da Corte, ministro Gilmar Mendes, afirmou que apenas ouviu falar da construção em linhas gerais e no dia do encerramento do ano judiciário, quando Fachin ressaltou em plenário que a criação do Código ocorreria em meio ao diálogo.
Gilmar Mendes afirmou na segunda-feira (22) a jornalistas que ainda não foi consultado. Ressaltou que não é contra, mas que, se pudesse dar uma “sugestão a presidentes do STF, diria para discutir as medidas para a Corte dentro da Corte e não trazê-las de fora”.
“A única coisa que eu reparo é que nenhuma proposta transita aqui, se não for construída aqui. Não existe. A única coisa que o ministro Fachin conversou comigo foi dizendo que em relação ao impeachment queria ter uma conversa com os colegas, foi a única conversa que ele teve”, afirmou Gilmar.
Batalha de Itararé
Durante conversa, Gilmar comparou a divulgação do Código de Conduta e toda a movimentação à Batalha de Itararé: “Eu poderia até brincar com vocês que esse Código de Ética aí é uma Batalha de Itararé. Vocês estão brigando com isso aí e nós não vimos”, afirmou o decano do STF.
A Batalha de Itararé foi prometida para ser grande. Em 1930, durante a revolução, quando Getúlio Vargas foi rumo ao Rio de Janeiro, então capital federal, a imprensa divulgou que haveria batalha sangrenta.
No entanto, antes que houvesse a batalha, foram fechados acordos. O presidente Washington Luís foi deposto por seus próprios auxiliares e a batalha não ocorreu. Assim, ficou conhecida como “a batalha que não aconteceu”.
Evelin Cáceres
Revisão: Dáfini Lisboa
Fonte: @midiamax

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