'Dinheiro na mão é vendaval', diz TJ sobre indenização por causa de rachaduras

bit.ly/30r9Xu7 | Moradores dos bairros de Bebedouro, Pinheiro e Mutange, em Maceió, afetados pelo problema causado pela extração de salgema pela Braskem, reuniram-se, nesta segunda-feira (8), com o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), desembargador Tutmés Airan, para tratar das indenizações que deverão receber em virtude dos problemas nos imóveis. Muitos moradores terão que evacuar as casas de forma permanente.

As sugestões apresentadas aos líderes comunitários devem ainda ser debatidas com todos os moradores. Entre elas, está a possibilidade de ocupação de 750 imóveis construídos pela Prefeitura de Maceió, por meio do Minha Casa, Minha Vida, no bairro Benedito Bentes. Para os moradores que excederem este número, levantou-se a hipótese de pagamento da indenização em dinheiro ou em carta de crédito, para compra de um novo imóvel.

Ao comentar a possibilidade de indenização em dinheiro, o presidente do TJ/AL parafraseou o artista Paulinho da Viola para argumentar de modo desfavorável. "Dinheiro na mão é vendaval", disse Tutmés Airan, que completou pontuando que o beneficiado pode acabar gastando o recurso e não comprando um novo imóvel, vindo a "afavelar-se", segundo o desembargador.

Líder comunitário do bairro do Mutange, Arnaldo Manoel também é favorável que sejam emitidas cartas de crédito para que os moradores comprem novos imóveis. Ele rebateu ainda os números da Prefeitura de Maceió acerca da quantidade de famílias afetadas. "São mais de 4 mil casas, e a Prefeitura diz que são 2.060, mas nós temos fotos dessas casas", afirmou.

Outra sugestão apresentada por Tutmés Airan foi a de que os moradores das áreas afetadas pelo problema enviem uma comitiva a Brasília para conversar com os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e tentar sensibilizá-los em relação ao processo.

Moradores rejeitam imóveis no Benedito Bentes


A ideia de ocupar um novo imóvel no bairro Benedito Bentes não agradou os moradores. "Acredito que a minha comunidade não vai aceitar a opção do imóvel no lugar do dinheiro. Os conjuntos habitacionais que a Prefeitura está construindo ficam distantes. Não é viável para a maioria dos moradores", disse Gabriel Tenório, que vive no Pinheiro.

Já para Arnaldo Manoel, presidente da Associação dos Moradores do Mutange, a melhor opção seria a carta de crédito imobiliário. "Eu como morador concordo com a carta de crédito, porque a gente escolheria o local da casa, mas vamos decidir isso em reunião amanhã".

Nesta tarde, Tutmés Airan deve receber representantes da Prefeitura de Maceió para ouvir as propostas do Executivo Municipal e apresentar as demandas dos moradores.

*(Foto meramente ilustrativa: reprodução Internet)

Por Hebert Borges | Portal Gazetaweb.com
Fonte: gazetaweb.globo.com

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