Advogado autônomo, saiba como se preparar para o futuro!

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bit.ly/2GnLLEf | O exercício da profissão do advogado, incluindo a atuação autônoma, é bem antiga. Desde que o homem passou a se agrupar em tribos comunitárias, começaram a surgir regras de convivência, e com elas, a necessidade de alguém que pudesse interpretá-las e aconselhar os demais.

Portanto, podemos dizer que a figura do advogado mudou pouco em sua essência. O advogado autônomo, em especial, ainda é aquele que grande parte dos cidadãos busca para pedir conselhos sobre a melhor forma de resolver um dilema e para lhes defender perante o Poder Judiciário.

Muito se fala no fim da advocacia tradicional. Não tenho dúvidas de que o panorama está mudando, mas não acredito que seja o fim, especialmente para o advogado autônomo. Num mundo onde as relações entre homem e máquina ganham contornos cada vez mais naturais, com máquinas que nos vendem produtos, serviços e até leem nossos comportamentos, fica difícil imaginar que uma máquina seja incapaz de aconselhar. Mas nenhuma vai possuir a sutileza de uma pessoa em perceber certos detalhes e meandros que fazem toda a diferença na advocacia.

Por isso, eu separei algumas dicas para garantir que você está preparado para o futuro da advocacia autônoma. Confira:

Como se preparar para o futuro como advogado autônomo

1. Desenvolva uma relação de confiança com seus clientes

Na maioria dos casos, os clientes chegam ao advogado autônomo por indicação de outros clientes que tiveram uma boa experiência com o profissional e com o serviço prestado. É como aquele amigo que você apresenta a outros amigos, referenciando: “essa pessoa é show de bola!”. Ou seja, eles confiam no advogado e no serviço que ele oferece.

Nem sempre o problema que trazem ao nosso escritório é jurídico, mas é sempre bom estar preparado para ouvir e aconselhar. Lembre-se que a essência da profissão é ajudar outras pessoas.

O elo de confiança que liga o advogado autônomo aos seus clientes não pode ser substituído por um conceito de máquina e, por mais que o Google dê uma infinidade de respostas, nem sempre as dúvidas serão exauridas por completo. Por isso, se esforce para estabelecer uma relação de confiança com os seus clientes.

Lembre-se também que a confiança é uma via de mão dupla, não uma moeda de troca. Confiança não se impõe, não se exige: se conquista no tempo. Com nossos clientes não é diferente. Não dá para exigir que o cliente confie no advogado autônomo quando duvidamos se o cliente está, de fato, com problemas financeiros e não consegue pagar a parcela ou mensalidade do mês, por exemplo.

É importante manter uma base clara de comunicação entre o advogado autônomo e seu cliente. Informar o andamento dos processos de tempos em tempos pode ser uma prática que ajuda a estreitar esses laços. As informações que você passa podem não ter relevância jurídica nenhuma, mas essas pequenas ações mostram para o cliente que você está atento ao que vem acontecendo, que está acompanhando o caso e que não se esqueceu dele. Assim, a relação vai se fortalecendo e se consolidando ao longo dos meses, a cada contato.

2. Invista em boas parcerias

As parcerias funcionam com base em ajuda mútua entre os advogados. Geralmente, um lado capta o cliente e o outro auxilia nos trabalhos técnicos, desenvolvendo a tese e estratégia jurídicas a serem utilizadas, dentre várias outras tarefas que uma máquina não é capaz de fazer.

A forma como a parceria vai se desenvolver pode ser combinada entre os colegas em cada caso que surgir. Ou seja, estabelecendo um contrato para uma área específica.

As parcerias podem ajudar a dar conta da demanda que se acumula no seu escritório. Assim, você consegue executar melhor as suas tarefas, o que, com certeza, vai ajudar a conquistar ainda mais clientes. Além disso, a parceria não tem as exigências legais ou os custos que uma sociedade de advogados demanda.

Por fim, as parceria podem servir, ainda, para aquela área que o advogado autônomo não atende ou para a qual ele não tem tanto domínio. É uma forma de atender à demanda, sem perder o cliente, entregando serviço personalizado e com a qualidade e confiança que o cliente já conhece.

3. Esteja pronto para ajudar a resolver problemas que não são jurídicos

Você se lembra o que eu mencionei no início sobre problemas que nem sempre demandam soluções jurídicas? Nesses momentos é importante ter em mente a ideia de formar parcerias também com profissionais de outras áreas, como psicólogos, contabilistas, engenheiros e corretores de imóveis.

Como solucionadores de problemas, devemos estar prontos para indicar os serviços de outros profissionais nos quais confiamos. Estar preparado para resolver esse tipo de demanda também é um passo a frente para uma advocacia mais competitiva e preparada para o futuro.

O futuro nos pertence!

As dicas acima foram apenas uma orientação de como eu penso que o futuro da advocacia vai se firmar, focando na realidade do advogado autônomo. Não acredito, como nunca acreditei, que uma máquina seja capaz de substituir completamente um ser humano, seja pela capacidade de lidar com situações inesperadas, seja pela fraternidade com que os humanos se relacionam.

Há diversos serviços digitais que entregam soluções para nossos clientes e, tendo em vista as dores que essas soluções procuram atender, temos que ter a mente aberta para não nos afastarmos dessas ferramentas.

Embora alguns processos não tenham sobrevivido à informatização recente que estamos vivendo, a segurança de buscar um relacionamento próximo vai manter a clientela dos escritórios de advocacia. Trabalhando em harmonia com as diversas opções disponíveis no mercado em termos de tecnologia, o advogado autônomo pode se reinventar e manter a essência do ofício: ajudar pessoas a resolverem problemas.

Ao futuro, e além!
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André Kageyama
Advogado (OAB 277160/SP). Bacharel em Direito pela Universidade São Francisco - USF. Pós-graduado "lato sensu" em Direito Previdenciário e Direito Tributário. Também é especialista em Direito do Consumidor. É advogado autônomo há mais de 12 anos, atuando em São Paulo nas áreas de Direito Cível, Consumidor, Família, Contratos, Sucessões e Trabalhista. Presidente da Comissão de Startups, Proteção de Dados e Inovação para a Advocacia da OAB Lapa (SP), gestão 2019/2021. Relator da VI Turma do TED da OAB-SP, gestão 2019/2021. Já foi Defensor Dativo (2010/2013), Assessor, Instrutor e Conciliador (2013/2019) da VI Turma do TED da OAB-SP. Já foi Conciliador voluntário no Juizado Especial Cível (JEC) da Comarca de Amparo-SP, entre 2008/2010. Autor de artigos jurídicos para os sites CEIAT e CloutLegal e para o blog da Aurum.
Fonte: www.aurum.com.br

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