Juíza: atitude de garoto trouxe "consequência grave e concreta"

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bit.ly/3pVmS4x | Trouxe consequência grave e concreta. Foi assim que a juíza Cristiane Padim, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá, classificou a atitude do menor que levou para a casa da então namorada a arma que ela usou para matar Isabele Ramos, de 14 anos.

A afirmação consta na decisão que condenou o adolescente, ex-namorado da jovem que atirou, por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo. Ele terá que prestar seis meses de serviços comunitários, além de outras medidas. 

O crime ocorreu em julho do ano passado no Condomínio Alphaville, em Cuiabá. A juíza também já condenou a atiradora a 3 anos de internação por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.

“Apesar de ter registrado que a conduta se limitou ao transporte de duas armas de fogo, buscando desvinculação com o homicídio praticado por meio da arma que transportou até o local da infração, o fato é que a lesividade da sua escolha deve ser considerada neste momento, pois, ultrapassou ao perigo abstrato inerente ao ato infracional apontado”, afirmou a juíza.

"Sua opção de ‘somente’ transportar armas de fogo em sua bolsa de uso pessoal de forma ilegal, trouxe consequência grave e concreta

“Sua opção de ‘somente’ transportar armas de fogo em sua bolsa de uso pessoal de forma ilegal, trouxe consequência grave e concreta. Friso, mais uma vez, que não estou incluindo sua conduta de praticar o ilícito no iter criminis de outro ilícito, mas sopesando a consequência que deve ser percebida pelo representado”, acrescentou a magistrada.

A juíza ainda afirmou que a atitude do menor não ficou limitada ao transporte da arma, já que, conforme ela, permitiu que outros adolescentes manuseassem as arma de forma ilegal. 

“Tudo como se fosse algo natural e corriqueiro que apenas veio à tona porque deixou os objetos em local diverso do autorizado para guarda do acervo das armas de propriedade do seu pai, onde a vida de uma pessoa foi tirada com uma das armas levadas”, afirmou a magistrada.

O caso

A tragédia aconteceu quando o pai da atiradora, o empresário Marcelo Cestari, pediu que a filha guardasse a arma  trazida pelo genro para o quarto principal no andar de cima.

No caminho, porém, a garota desviou e seguiu em direção ao banheiro de seu quarto, ainda carregando a arma. Lá, ela encontrou Isabele, que acabou sendo atingida pelo disparo da arma.

A Politec apontou que a adolescente estava com a arma apontada para o rosto da vítima, entre 20 a 30 centímetros de distância, e a 1,44 m de altura.

Os pais da atiradora também respondem pelo caso.

Eles foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por homicídio culposo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores e aguardam julgamento.

*(Imagem meramente ilustrativa: reprodução Internet)

Thaiza Assunção
Fonte: www.midianews.com.br

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