Professora diz que foi vítima de racismo em supermercado de São Paulo

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Via @sbtnews | Uma professora denuncia que sofreu racismo dentro de um supermercado, em São Paulo. Imagens gravadas pelo circuito interno do estabelecimento mostram o momento em que o crime teria ocorrido.

No vídeo, Francisca Silvana Eduardo da Silva, que é negra, entra em uma unidade do Horti Mais para comprar carne, olha algumas bandejas, mas decide não levar nada. Antes de sair, ela começa a ser seguida por um segurança. O nome dele é Samuel Holanda do Carmo. Ele aborda a professora e pergunta se ela não vai passar no caixa.

"E ele fala 'tem certeza?' E eu digo 'tenho certeza', e ele fala 'então vamos ai para ver'. E o ali, onde é esse ali que ele ia me levar", relembra a professora. Ainda de acordo com ela, sentiu "muito medo" na hora. "Porque qualquer coisa que ele viesse fazer comigo naquele momento não tem Justiça que repare", completa.

Nas imagens gravadas pelas câmeras de segurança é possível ver ainda o instante no qual, revoltada, Francisca pega o celular e começa a gravar o segurança, que ainda tenta tomar o celular da professora. Nenhum responsável pelo mercado se aproxima, todos apenas olham.

Francisca diz que não vai abrir a bolsa e que só faria isso na presença de policiais. O segurança sai e encontra uma viatura da Polícia Militar. Os PM's abriram a bolsa da professora e não havia nada. Nas palavras da mulher, "possivelmente se alguém saísse e dissesse 'moça', eu ia ficar brava, ia ficar chateada, eu ia me sentir mal, mais ia me dizer de alguma forma que essa ação não seria tratada com naturalidade, porque não deve ser".

A gravação do circuito interno do mercado que mostra o racismo foi entregue à professora por ordem da Justiça. O pedido foi feito pelos advogados de Francisca, que preparam uma ação de indenização por danos morais contra o estabelecimento. O segurança será investigado pelo crime de racismo em um inquérito policial. Ainda refletindo sobre o ocorrido, a vítima pontua: "Quando você sofre uma violência desse nível é como se alguém estivesse tirando a sua identidade, é como se alguém estivesse tirando os seus valores, é como se alguém estivesse tirando o que você constrói para os seus filhos, o que a sua mãe construiu pra você".

Em publicação feita no Instagram, a rede Horti Mais disse "que tem colaborado com a Justiça e espera uma rápida apuração pelas autoridades competentes". A empresa acrescenta que "não compactua com qualquer tipo de discriminação racial".

Veja o posicionamento na íntegra:

Veja reportagem do SBT Brasil:

Por  Fabio Diamante
Fonte: www.sbtnews.com.br

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