Após chamar réus de “gentaiada”, juíza de SP será investigada pelo CNJ

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Via @metropoles | Uma juíza criminal virou alvo de um processo disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), nesta terça-feira (19/10), após ter sido gravada chamando pessoas envolvidas em partes do processo de “gentaiada”. Na mesma ocasião, ela diz que policiais “são mais bandidos do que réus lá sentados”. A decisão foi da corregedora-geral, ministra Maria Thereza Moura, relatora do caso, e confirmada pelo órgão superior da magistratura.

Sonia Nazaré Fernandes Fraga é titular do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e teve a conversa com uma promotora registrada no celular de uma advogada, que costuma gravar as audiências. Contudo, durante o intervalo, acabou deixando o gravador ligado na sala da oitiva, sem perceber, e acabou tendo acesso ao conteúdo quando voltou para buscar o aparelho.

De acordo com os autos, a gravação ocorreu em outubro do ano passado, durante o intervalo de uma audiência de instrução e julgamento de interessa da advogada. Os clientes dela eram as partes do processo.

Na conversa com a representante do Ministério Público, a juíza Sonia Nazaré também teria debochado do sotaque da advogada carioca, que defendia “essa ‘gentaiada’, “correndo atrás para ganhar dinheiro, correndo atrás desse crime organizado”.

Além disso, a juíza chamou de “muamba” a bolsa de uma testemunha que carregava uma grife internacional. “Impagável ela portar uma sacola da grife Lacoste na sala de audiências”.

Nos autos, a juíza é apontada também por ter orientado a promotora para que pleiteasse o falso testemunho no mesmo processo. Ao CNJ, a magistrada admitiu que a voz era dela.

Processo administrativo

A corregedora nacional de Justiça, ministra Maria Thereza Moura, que é a relatora do processo administrativo, argumentou que a própria juíza já havia confirmado o teor da gravação. Para a conselheira, o PAD será aberto para apurar as circunstâncias da conversa.

A autenticidade ou a legalidade da gravação não será alvo de discussão pelo Conselho Nacional de Justiça. “Não é uma forma de se comportar e ela própria confessa os fatos”, sustentou a ministra.

Caio Barbieri
Fonte: www.metropoles.com

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