Sonia Nazaré Fernandes Fraga é titular do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e teve a conversa com uma promotora registrada no celular de uma advogada, que costuma gravar as audiências. Contudo, durante o intervalo, acabou deixando o gravador ligado na sala da oitiva, sem perceber, e acabou tendo acesso ao conteúdo quando voltou para buscar o aparelho.
De acordo com os autos, a gravação ocorreu em outubro do ano passado, durante o intervalo de uma audiência de instrução e julgamento de interessa da advogada. Os clientes dela eram as partes do processo.
Na conversa com a representante do Ministério Público, a juíza Sonia Nazaré também teria debochado do sotaque da advogada carioca, que defendia “essa ‘gentaiada’, “correndo atrás para ganhar dinheiro, correndo atrás desse crime organizado”.
Além disso, a juíza chamou de “muamba” a bolsa de uma testemunha que carregava uma grife internacional. “Impagável ela portar uma sacola da grife Lacoste na sala de audiências”.
Nos autos, a juíza é apontada também por ter orientado a promotora para que pleiteasse o falso testemunho no mesmo processo. Ao CNJ, a magistrada admitiu que a voz era dela.
Processo administrativo
A corregedora nacional de Justiça, ministra Maria Thereza Moura, que é a relatora do processo administrativo, argumentou que a própria juíza já havia confirmado o teor da gravação. Para a conselheira, o PAD será aberto para apurar as circunstâncias da conversa.A autenticidade ou a legalidade da gravação não será alvo de discussão pelo Conselho Nacional de Justiça. “Não é uma forma de se comportar e ela própria confessa os fatos”, sustentou a ministra.
Caio Barbieri
Fonte: www.metropoles.com
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