Em vídeo chocante, ex-jogador de futebol americano espanca mulher na frente do filho bebê

Via @revistacrescer | Um ex-jogador de futebol americano do New York Jets virou assunto nas redes sociais após a divulgação de um vídeo em que ele aparece espancando a ex-namorada. Nas imagens chocantes, Zac Stacy, 30, estava na casa da ex, Kristin Evans, na Flórida, Estados Unidos, que é mãe de seu filho, no último sábado (13). Os dois moravam separados desde agosto.

As imagens (você pode assistir ao vídeo no meio aqui da reportagem) mostram os dois discutindo e, de repente, Zac fica enfurecido e ataca a ex, socando Evans várias vezes na cabeça antes de arrastá-la do sofá e jogá-la contra a TV, que caiu sobre ela. "Ele me deu vários socos na cabeça! Implorei-lhe que parasse porque o bebê estava no sofá a poucos metros de onde ele me deu um soco", escreveu ela, em seu pedido de ordem de restrição, obtido pelo site TMZ. "Ele então me pegou e me jogou na minha TV. A TV começou a cair e ele se virou para ter certeza de que eu não estava me levantando. Quando eu deitei no chão, ele começou a gritar comigo, dizendo que sou destrutiva. Ele, então, me levantou do chão e me jogou contra a cadeira inflável de nosso filho. Temo por minha vida e pela vida de meus filhos", disse ela no formulário.

Agressão foi gravada por câmera de vigilância doméstica (Foto: Reprodução/Daily Mail)

Ainda não está claro se um juiz aprovou a ordem de restrição, informou o Daily Mail. Após a agressão, o jogador teria dito 'eu te amo' para o menino e saiu antes de a ex ligar para o 911. Evans foi para o hospital, onde foi tratada de um ferimento na cabeça e hematomas. Ela disse que não conseguia andar sem mancar e declarou, ainda, que Stacy tem abusado dela desde a gravidez e só tem piorado. "Ele não vai parar. Ele vai me matar e se sentirá justificado em suas ações", desabafou. Evans também revelou que o ex-companheiro chegou a ser "hospitalizado voluntariamente por causa de uma doença mental", em março de 2021, e está tomando medicamentos para suas doenças.

Stacy jogou pela última vez na extinta Alliance of American Football, em 2019, com o Memphis Express. A divulgação do vídeo de agressão, no entanto, forçou um importante jogo de boliche universitário e a Sociedade Nacional de Síndrome de Down a romper parcerias com o ex-atleta. 

Evans, por sua vez, afirmou, em entrevista na quarta-feira (17), que Stacy ainda está à solta na área de Nashville e que os policiais na cidade de Oakland, onde ela mora, demoraram quatro dias para emitir um mandado. “Os policiais da polícia de Oakland que vieram à minha casa não pareciam pensar que este era um incidente ruim o suficiente para fazer uma prisão imediata ou para pedir um mandado imediato", lamentou ela.

Impactos da violência doméstica nas crianças

Durante toda a cena de agressão envolvendo Stacy e Evan é possível ver o filho deles sentado próximo ao sofá, presenciando tudo. Será que casos de violência doméstica podem impactar nos sentimentos e comportamentos das crianças, ainda que elas sejam bebês? Embora ele ainda não seja capaz de compreender o que aconteceu, especialistas ouvidas pela CRESCER defendem que, sim, o bebê pode sentir os efeitos de crescer em um ambiente de agressividade. 

“Desde a gestação, nós recebemos interferências de todos os acontecimentos, inclusive as emoções da mãe. Tudo que a mãe sente e vivencia impacta na gestação e no bebê. É o que chamamos de memória sensitiva, por tanto toda emoção e trauma ficam guardados. Depois de nascer, tudo isso se intensifica. Aos 3 meses, por exemplo, o bebê já escuta, já enxerga e reconhece seus cuidadores, então é inegável que os impactos emocionais são muito grandes”, explica a psicóloga infantojuvenil Bruna Anastácia.

Segundo uma pesquisa australiana, uma em cada 50 crianças já testemunhou violência doméstica. A maioria dos incidentes envolveu homens agressores e mulheres vítimas-sobreviventes. Segundo o documento, das 32.705 crianças que testemunharam algum evento de violência, 66,1% tinham 9 anos de idade ou menos e 35% tinham menos de 5 anos. O tipo de abuso mais frequente foi o verbal, registrado em 72,3% dos casos.

No Brasil, dados divulgados neste ano pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostraram que, em 80% dos casos em que um agressor tentou matar ou ferir uma mulher com faca ou arma de fogo durante 2020, essa vítima tinha filhos. Para os pesquisadores, os dados são um alerta para as consequências da violência contra mulher para toda sociedade. “Aos poucos é possível verificar que muitas crianças foram expostas a ambientes de maior tensão nos domicílios no ano de 2020 e com isso conviveram com mais situações de violência doméstica em um momento em que estiveram afastadas da escola”, escreveram os pesquisadores no Anuário.

A criação em um ambiente instável, segundo especialistas, pode levar à constante sensação de insegurança, o que afetará o desenvolvimento emocional da criança. “Um bebê não tem noção da agressividade da cena, mas sente o susto dos gritos e da violência. Há um impacto, não no sentido de entendimento, mas de vivência. Estar em um ambiente tenso, agressivo, faz com que esse bebê já vivencie situações de muito estresse. Uma mãe que deveria estar cuidando do bebê está, na verdade, precisando de cuidados. E tudo isso pode deixar a criança mais aflita, ansiosa, mais assustada, insegura e com medo de tudo”, detalha a neuropsicóloga Deborah Moss.

Além da insegurança e da ansiedade, vivenciar a violência em casa pode levar à criança a replicar comportamentos agressivos em seus relacionamentos, no médio e longo prazos. “A dinâmica familiar impacta na criação da criança. Não dá para pensar em uma consequência específica, mas se ela crescer em um ambiente violento, pode desencadear desde uma situação de agressividade ou se tornar uma criança extremamente insegura”, afirma Deborah.

Bruna Anastácia concorda que os efeitos dos exemplos dados pelos pais são muito significativos para os comportamentos que a criança pode vir a apresentar. “As crianças aprendem por modelo, principalmente das suas figuras principais. A forma como ela está no mundo, ela aprende com os pais. A forma como ela se relaciona com o outro, ela também aprende dos pais. Então, a partir de 1, 2 anos, quando ela começa a andar, falar e interagir, ela pode ter aprendido que a agressão é uma forma de se relacionar. É possivel que ela expresse suas emoções de forma explosiva e agressiva. A criança em um ambiente de violência está sendo ensinada que sentir raiva é gritar e bater", finaliza.

Crescer Online
Fonte: revistacrescer.globo.com

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