Gily estava em uma casa na Ilha da Gigoia, na Barra da Tijuca, Zona Oeste.
O delegado Alexandre Braga, titular da 44ª DP, contou que, no fim do ano passado, foi expedido um mandado de prisão decorrente de sentença condenatória contra Gily, que foi condenada a 15 anos:
— Durante muito tempo, ela conseguiu postergar o resultado do processo. Em 2016, foi expedida prisão preventiva. Em 2021, o juiz expediu mandado de prisão em virtude da sentença condenatória. Mas ela vinha conseguindo escapar dos efeitos da atuação do sistema punitivo penal há 27 anos. Até que descobrimos o paradeiro dela.
Também foram acusados de participação no crime Cláudio Augusto da Conceição e Wagner André Luiz Lara Resende, com quem a advogada mantinha um romance e quem teria disparado dois tiros na vítima. Segundo a denúncia, Gily e Jorge estavam separados, após uma relação conturbada. Gily iniciou um novo relacionamento, desta vez com Wagner Resende, porém o ex-marido ainda tinha esperanças de reatar o caso.
No dia 14 de março, ela e os outros dois acusados alugaram um carro para seguir Jorge Duarte. Ele foi baleado quando parou a motocicleta para falar com Gily, que o aguardava na estrada.
O casal tinha um filho na época do crime. Segundo depoimento de um terceiro acusado, Gily Cristina alegou que o ex-marido lhe deu uma surra e havia ameaçado ela e o namorado de morte. Da conversa, surgiu o plano de executarem Jorge numa emboscada em Itacuruçá.
Gily e Wagner teriam combinado, de acordo com o depoimento de Cláudio Souza da Conceição, de fugirem para Minas Gerais após o crime. No dia do assassinato, Cláudio lembrou que Wagner disparou na cabeça de Jorge, a cerca de dois metros da vítima. A arma usada foi um revólver calibre 38.
Gily foi condenada pelo Tribunal do Júri em 8 de abril de 2016. Seu advogado recorreu e, em 18 de dezembro de 2019, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado manteve a condenação.
O prazo de prescrição é de 20 anos, mas o Direito Penal prevê vários marcos interruptivos. Ao longo do processo, houve várias interrupções por causa do recurso e de trâmites jurídicos.
A advogada Ellen Medas da Rocha, que defende Gily, disse que o processo foi longo e que sua cliente sempre se apresentou à Justiça quando solicitada.
— Os fatos ocorreram em 1994 e em nenhum momento ela ficou foragida, O processo durou esse tempo, inclusive, pela desídia do judiciário. Ela respondeu a todo o processo em liberdade e colaborou com todas as frases processuais. Teve uma absolvição anulada — comentou.
Cíntia Cruz, Paolla Serra e Vera Araújo
Fonte: extra.globo.com
Postar um comentário
Agradecemos pelo seu comentário!