Naquele dia de comemorações da independência do Brasil, Bolsonaro fez diversos ataques às instituições democráticas, sobretudo ao STF (Supremo Tribunal Federal) e a seus ministros, com destaque para Alexandre de Moraes e o próprio Barroso.
“Eu acho que o 7 de setembro foi bem o sepultamento do golpe. Compareceram menos de 10% do que se esperava. Quer dizer, a extrema-direita radical no Brasil é bem menor do que se alardeava, as polícias militares não aderiram, nenhum oficial da ativa relevante deu qualquer apoio àquele tipo de manifestação”, comentou Barroso.
O ministro foi questionado sobre a possibilidade de Bolsonaro tentar dar um golpe caso saia perdedor do pleito presidencial deste ano, e avaliou que "maus perdedores" existem em todos os lugares, e que "não há remédio na farmacologia jurídica" para essas pessoas. Porém, no que diz respeito a um possível golpe, ele não vê essa possibilidade, porque "as instituições brasileiras são sólidas".
“O presidente compareceu, fez um discurso pavoroso, golpista, de ameaças a pessoas e ofensas. [Disse] 'Não vou cumprir decisão judicial' e, dois dias depois, mudou completamente o discurso, procurou as pessoas que ele tinha ofendido para conversar. De modo que eu acho que ali se revelou que a sociedade brasileira não aceitaria nada diferente”, relatou Barroso, sobre o 7 de setembro.
Na época, Bolsonaro tinha dito que não acataria as decisões de Alexandre de Moraes. Mas, depois, procurou o ex-presidente Michel Temer (MDB) para fazer uma ponte com o ministro do STF e chegou a divulgar uma carta à nação para dizer que não tinha a intenção de atacar os poderes da República.
Na entrevista, Barroso também afirmou que Bolsonaro mentiu sobre as urnas eletrônicas e rebateu ataques pessoais do presidente da República.
"Há pessoas que são desencontradas espiritualmente. E eu sou dessas pessoas que vivem em um estado de paz interior. Eu diria que se ficasse com raiva seria mais humano do que minha completa indiferença. Afora os ataques institucionais que respondi por meu dever de defender a Constituição, [pois] há pessoas cujas opiniões não fazem diferença", disparou o ministro.
Fonte: www.bahianoticias.com.br
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