Baruki acatou pedido feito pelo Ministério Público para converter a prisão em preventiva concluindo que a suspeita agiu de forma covarde "por questões aparentemente de cunho patrimonial". Em sua decisão, a juíza também citou o histórico agressivo e de violência familiar contra a vítima.
"[Sueli] em tese, ceifou, de forma covarde, a vida de seu esposo, com quem mantinha relação familiar e de coabitação, por questões aparentemente de cunho patrimonial. Além disso, permaneceu com o corpo da vítima na mesma residência na qual o casal morava sem nenhum pudor, como se nada tivesse ocorrido, uma conduta altamente fria e indiferente
Após a decisão, a pastora foi encaminhada para a Unidade Prisional Feminina de Aparecida de Goiânia. Durante a audiência, a defesa de Sueli pediu a liberdade provisória da acusada argumentando que ela seria ré primária e teria predicados pessoais favoráveis, além de alegar inexistência de provas seguras. A juíza, entretanto, afirmou que a prisão era necessária para garantir a ordem pública e, sobretudo, para impedir a reiteração criminosa.
"Vale ressaltar que a ordem pública também é justificada para preservar o meio social, a própria confiança dos cidadãos na atuação do Poder Judiciário, a fim de evitar o sentimento de impunidade e servir de desestímulo para outras condutas dessa natureza", disse a juíza em sua decisão.
O UOL não conseguiu contato com Idelma Rodrigues de Freitas, advogada que representou Sueli na audiência de custódia. O espaço segue aberto para manifestações.
O crime
A pastora Sueli Alves dos Santos Oliveira foi presa em flagrante na sexta-feira (23) por suspeita de envenenar o próprio marido, José Maria Vieira de Oliveira, de 49 anos. De acordo com a delegada Mágda D'Ávila, responsável pela investigação, a suspeita tentou simular o suicídio dele com a intenção de ficar com os benefícios do plano funerário da vítima, que ela mesma havia feito em seu nome. O crime ocorreu em Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia.
A PM (Polícia Militar) foi acionada por volta das 9h30 pela própria Sueli, que afirmou ter chegado em casa por volta das 6h e encontrado o corpo no chão, já sem vida. Em conversas com vizinhos, os policiais foram informados de que o casal estava em processo de separação e que a pastora apresentava um histórico de agressões contra a vítima. Também informaram à PM que, na quinta-feira (22), por volta das 19h, ouviram agressões verbais por parte de Sueli.
Após a discussão, a vítima teria ido até a casa dos vizinhos e dito que sentia medo de ser morto pela esposa, mostrando um ferimento em sua cabeça. A vítima também teria relatado, de acordo com depoimento dos vizinhos aos policiais, que sua esposa exigia o valor de metade do imóvel do casal e de sua motocicleta na separação.
Em buscas na residência do casal, os policiais encontraram um vidro de veneno de rato, popularmente conhecido como "chumbinho". A perícia também constatou que a possível causa da morte foi envenenamento, em virtude do estado do corpo que indicava que José Maria havia agonizado antes de morrer. Além disso, também foram localizadas outras substâncias semelhantes a veneno no local.
À Polícia Civil, Sueli afirmou que havia saído de casa por volta das 18h de quinta-feira (22) e retornado apenas na manhã seguinte, quando encontrou seu marido morto. Os vizinhos, entretanto, disseram que a suspeita havia saído por volta das 19h, depois da discussão do casal, e retornado já às 21h do mesmo dia.
Testemunhas também estranharam o fato de as luzes do lado de fora da casa estarem apagadas, uma vez que José Maria tinha o hábito de deixá-las acesas durante toda a madrugada por questões de segurança. Pouco antes de acionar a PM, por volta das 7h30 de ontem, Sueli teria chamado os vizinhos para avisar que encontrou o marido morto após chegar em casa.
Ao chegar ao local do crime, os policiais analisaram o celular da pastora e encontraram conversas com a vítima em que ele dizia que se ele morresse iria ficar com todos os seus bens e uma suposta pensão.
A delegada Mágda D'Ávila ainda afirmou ao UOL que após a realização das diligências, chegou-se a conclusão de que Sueli havia tentado simular um suicídio da vítima. Também apurou-se que a pastora havia resetado o celular de José Maria, a fim de apagar os registros e fotos de agressões.
Gabryella Garcia
Colaboração para o UOL, em São Paulo
Fonte: noticias.uol.com.br
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