Família pede justiça por triplo homicídio ocorrido há 24 anos em Manaus-AM; PM recorre em liberdade

Via @barbosa_srta | O Processo tem mais de 1.600 páginas e traz os detalhes de um triplo homicídio envolvendo quem deveria proteger, em vez de matar.

No dia 4 de Junho de 1998, os irmãos Charles Smith Barbosa e Júlio Smith Barbosa, assim como o filho de Júlio, André Corrêa Barbosa, foram executados a tiros.

De acordo com as investigações, durante a madrugada, um grupo a paisana e armado fazia uma revista policial irregular no bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus. As vítimas estavam num carro quando foram abordadas e agredidas.

O Processo diz que “a multidão foi dispersa e que os três foram levados pelo grupo, mortos e encontrados ao amanhecer”. Com base nos depoimentos e provas colhidas, quatro dias depois, o policial militar Jackson da Gama Feitosa e outros foram indiciados por homicídio.

O terceiro sargento, Jackson Feitosa, ficou detido por menos de 1 ano e oito meses. Depois conseguiu o direito de aguardar em liberdade. E, mesmo sob acusação de assassinato, seguiu recebendo honrarias, como a Medalha do Mérito Cândido Mariano da Polícia Militar.

Em dois de julho de 2002, pouco mais de quatro anos após os homicídios, outra medalha, por tempo e reconhecimento aos bons serviços prestados por mais de dez anos.

Entre 2002 e 2014 ele foi subindo de patente na polícia militar. Chegou a capitão! Como oficial, passou a comandar em 2015 a Oitava Companhia Interativa Comunitária.


O julgamento por esse triplo homicídio foi quase 20 anos depois do crime. Só ocorreu em novembro de 2017. Dos quatro PM´s, réus no processo judicial, três foram a Júri Popular. O quarto, conforme consta nos autos, havia cometido suicídio.

Em relação a Jackson Feitosa, que já era Capitão da PM na época, ele foi condenado há 48 anos de prisão. O juiz determinou que ele fosse expulso da corporação e autorizou que o réu pudesse recorrer da sentença em liberdade.

O Ministério Público não concordou com isso e ingressou com recurso contra a decisão. A defesa de Jackson também recorreu e pede, inclusive, a nulidade do julgamento.

O processo está no Tribunal de Justiça do Amazonas. Por quase cinco anos passou por poucas movimentações administrativas até pouco tempo, quando finalmente os recursos foram julgados.

A decisão do TJAM, do fim de agosto deste ano de 2022, não reconheceu o recurso do Ministério Público, mas acatou o pedido da Defesa e o condenado pelo triplo homicídio vai a um novo Júri Popular sem previsão de data. 

Jackson Gama Feitosa se aposentou pela PM do Amazonas em junho de 2019 e conseguiu, em 2020, a promoção para Major com direito ao retroativo. Atualmente recebe remuneração total acima de 26 mil reais. Fora da corporação, atua como advogado.

Acompanhe os relatos de familiares das vítimas que há 24 anos esperam por justiça:
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