Crossfit e mestrado: quem é a juíza suspensa após surgir seminua no Zoom

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Via @uolnoticiasVivian Polanía Franco, 34, é uma juíza colombiana que vem sendo investigada e criticada por usar seu Instagram para postar fotos de rotinas de exercícios e seu corpo atlético. Além da prática de crossfit e de promover algumas marcas de roupa para seus quase 400 mil seguidores, a juíza exibe autorretratos sensuais.

Em uma foto postada em outubro deste ano, Vivian Polanía veste uma lingerie vermelha com calcinha fio dental sobre a cama. O primeiro comentário em seu post é de um homem, que afirma: "Ela errou na profissão". Outro comentário mais adiante, brinca: "Você está condenada a ser muito erótica e sensual". As críticas acompanham as polêmicas que a imagem da juíza trouxe para sua profissão, já que ela chegou a ser afastada após aparecer seminua durante uma audiência no Zoom.

Em uma segunda conta no Instagram, essa com pouco mais de 100 mil seguidores — que ela diz manter porque seu primeiro perfil foi bloqueado — Polanía se apresenta como "open minded" e "braless", termos em inglês que significam mente aberta e sem sutiã, respectivamente. Apesar das críticas, a juíza não parece se importar com o que falam sobre o seu estilo, que para muitos não parece condizer com seu alto e prestigiado cargo.

Antes do escândalo, a juíza Vivian Polania compartilhava fotos sensuais nas redes sociais Imagem: Reprodução/Instagram Segundo o jornal local El Comercio, Vivian Polanía Franco está no ramo judiciário há mais de 14 anos, é advogada formada pela Universidade Católica, especialista em direito constitucional pela Universidad del Rosario e cursa mestrado em direitos humanos. Ela atua como Primeira Juíza Criminal Municipal de Cúcuta com a função de Controle de Garantia.

Desde jovem, trabalhou no Tribunal Superior de Bogotá, depois no Conselho Seccional da Magistratura de Bogotá e posteriormente no 24º Juizado Criminal Municipal. Ela decidiu migrar para Cúcuta por conta da oferta de emprego para se tornar juíza. Polanía mora na capital há cinco anos e, desde então, recebeu várias denúncias de colegas do Judiciário.

Em 2020, ela começou a publicar fotos vestindo roupas íntimas com mais frequência, expondo suas dezenas de tatuagens, além das rotinas de exercícios e dicas de beleza. Durante a pandemia de covid-19, montou uma academia com pesos, barras e equipamentos esportivos na sala de seu apartamento. Acompanhando seus stories, seus seguidores conseguem ver sua evolução no crossfit, seu amor pelo esporte e também pelos gatos de estimação.

Ao jornal La Opinión, Vivian deu uma declaração sobre como funciona o trabalho paralelo de publicidade que faz em suas redes. Segundo ela, duas marcas de roupas dos Estados Unidos a patrocinavam. "Para cada peça de roupa que eu mostrasse e fosse comprada por alguém, eles me davam 30% da venda ou me mandavam roupas de graça. Isso não é um negócio ilegal, pelo contrário, é uma forma de trabalhar bem, sem prejudicar ninguém", disse a juíza.

No entanto, após análise desta nota e a despeito das declarações na imprensa em que ela afirma estar com quadro de depressão e ansiedade, devido à rotina exaustiva de trabalho, a Câmara Disciplinar indicou que Vivian Polanía Franco poderá ser proibida de "desempenhar, no serviço ou na vida social, atividades que possam afetar a confiança pública ou praticar condutas que possam comprometer a dignidade da administração da justiça", segundo o jornal El Espectador.

O Conselho Seccional da Magistratura do Norte de Santander emitiu uma circular pedindo que todos os funcionários do Poder Judiciário cumpram com seus deveres e proibições, em reposta ao caso de Vivian. A juíza contesta estas ações e tem afirmado nas redes e em entrevistas que continuará compartilhando publicamente seus gostos e que estes não representam um obstáculo às funções ligadas ao Poder Judiciário.

Em uma foto publicada na última quarta-feira (7), ela aparece com roupa íntima de tecido transparente, com a seguinte legenda: "Sentiram minha falta?".

Polêmicas

Em 17 de novembro, um vídeo em que a juíza Vivian Polanía aparece conduzindo uma audiência judicial recostada em sua cama, com poucas roupas e um cigarro na mão, viralizou. Aparentemente, a funcionária do Poder Judiciário não havia percebido que sua câmera estava ligada e que os demais presentes no processo a observavam, até um deles avisar: "Senhora juíza, a câmera está ligada". Os três segundos de exposição causaram um alarmante debate na Colômbia.

O artigo 148 do Código de Processo Penal (Lei 906 de 2004) diz que "sem exceção, durante o desenvolvimento das audiências, os juízes devem usar toga, conforme o regulamento". A Corte Constitucional também estabeleceu em 2006 que o não uso da toga só seria aceito por alguma circunstância de força maior ou caso fortuito, sem afetar a validade das ações realizadas na audiência. Além disso, em 21 de fevereiro de 2021, o Tribunal Superior do Distrito Judicial de Cúcuta havia emitido uma circular recomendando tanto aos juízes da República, como aos processados, manter as câmeras ligadas em todos os processos judiciais.

No dia 22 de novembro, Polanía foi suspensa provisoriamente pela Comissão Disciplinar Judicial do país e ficará afastada por três meses de seu cargo sem direito a remuneração. Nas redes sociais, milhares de pessoas a desqualificaram com mensagens, insultos e reprovações. Outros, todavia, defendem que ela é uma mulher inteligente, capaz e que preza por sua liberdade sexual.

É o caso, por exemplo, do artigo de opinião da jornalista Paula Calderón publicado na revista Ojo Pelao' Magazine. Nele, ela retrata Polanía como uma mulher "livre de pecado, forte e empoderada".

Outra polêmica envolvendo a juíza diz respeito a uma conduta de repreensão com o advogado Marlon Díaz. Ambos participavam de uma audiência virtual quando a juíza o interrompeu dizendo que ele estava gastando o tempo de todos na bancada judicial, mas não dizia efetivamente nada. "Doutor, você já levou dez minutos falando e não disse nada". Ela pede que ele seja sucinto e vá direto ao ponto. Díaz, no entanto, se sente ofendido e diz que a defesa exige respeito: "Não falo há mais de dois minutos. Falo e me oponho ao pedido do Ministério Público. Eu tenho todo o direito".

Colaboração para UOL, em São Paulo
Fonte: noticias.uol.com.br

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