Advogado bêbado ameaça e xinga policial, tenta dar carteirada e acaba preso por injúria racial em Vitória

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Via @portalg1 | Um advogado de 69 anos identificado como José Miranda Lima foi preso ao ser abordado por policiais militares em Vitória na noite deste sábado (2). Durante a ação, o homem ameaçou os agentes, tentou dar carteirada e xingou um dos policiais de "negro filho da p$#@" ao ser colocado dentro do camburão. Ele fez bafômetro, que acusou álcool acima do permitido. Ele foi preso por conduzir veículo com capacidade psicomotora alterada, desacato a funcionário público e injúria racial. Veja o vídeo no final da matéria.

Neste domingo (3), ele foi liberado sem pagar fiança durante audiência de custódia.

Tudo começou quando o advogado fez uma manobra perigosa e acabou atingindo o retrovisor de outro veículo na Avenida Norte Sul, no bairro Jardim Camburi. O motorista do carro atingido seguiu o Ford Fusion, placa OVJ6B60, que era conduzido pelo advogado.

Ao longo da Avenida Dante Michelini, a vítima constatou que o advogado seguia em alta velocidade e praticando outras manobras arriscadas, segundo relatado a policiais no Boletim de Ocorrência.

A vítima avistou uma guarnição da Polícia Militar e informou do ocorrido minutos antes. Os agentes começaram a patrulha atrás do carro dirigido pelo advogado. O veículo foi localizado no bairro Jardim da Penha. Os policiais deram ligaram os sinais luminosos e começaram a monitorar o motorista. Eles constataram que o advogado seguia fazendo manobras arriscadas.

Quando chegaram no bairro Praia do Canto, na Avenida Saturnino de Brito, eles conseguiram parar e abordar o advogado.

Os policiais pediram que os ocupantes do Fusion descessem. "Neste momento, desceu do veículo um senhor de idade e que aparentava um pouco de falta de coordenação motora e fala arrastada e confusa", segundo relato dos policiais no boletim. Posteriormente, após revista pessoal, o motorista foi identificado como sendo José Miranda Lima, 69 anos.

Ao se identificar, o advogado também deu a carteirinha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele questionou o motivo de ter sido parado. Os policiais explicaram. Indagado pelos agentes, ele afirmou ter ingerido bebida alcoólica e que estaria numa confraternização de amigos em Jardim Camburi.

Ele fez teste de alcoolemia, que constatou uma concentração alcoólica acima da permitida para os condutores de veículos automotores, indicando um percentual de 0,88 na medição realizando no advogado.

Os policiais que realizaram a ocorrência destacaram ainda o comportamento do advogado, que, segundo o boletim, "durante toda a ocorrência se demonstrou altamente nervoso e agressivo para com os policiais envolvidos na nela". Além disso, eles disseram que o advogado "a todo momento dizia que todos os militares ali presentes estariam 'fud$#@', que ele conhecia coronéis que poderiam ajudar ele e, principalmente, prejudicar os militares presentes nesta ocorrência, fazendo até mesmo com que fossemos excluídos da instituição ou transferidos para o fim do mundo", diz trecho do boletim.

O advogado, sem algemas, foi colocado dentro do camburão da viatura da PM, quando o acusado "desferiu contra o agente palavra de cunho racista, o chamando de 'seu negro filho da p%$@'". O advogado, segundo boletim, foi conduzido sem lesões aparentes até a 1ª Regional de Vitória para que a autoridade de plantão tomasse as medidas cabíveis.

A Polícia Civil informou que o suspeito foi conduzido à Delegacia Regional de Vitória, foi autuado em flagrante por conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, desacato a funcionário público e injúria racial.

Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV) e ficou à disposição da Justiça para audiência de custódia.

Liberado após audiência de custódia

Neste domingo (3), apesar de autuação, a defesa dele conseguiu com que ele fosse liberado. Confira a decisão:

"Ante o exposto, acolho parcialmente o pedido da defesa e concedo o benefício da liberdade provisória sem fiança, mediante o cumprimento das condições acima indicadas. Expeça-se o alvará de soltura. Registra-se que o autuado não relatou ter sofrido tortura ou qualquer outra agressão física ou moral no ato da prisão nem pelos policiais militares, nem por policiais civis e nem por policiais penais. Oficie-se à Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, comunicando a respeito da prisão em flagrante do autuado, nos termos do art. 7º, inciso IV, segunda parte, da Lei nº 8.906/1994".

A OAB-ES foi procurada pelo g1. A entidade informou "que buscará informações sobre o caso e tomará as providências cabíveis, observando o Código de Ética e Disciplina e as prerrogativas da advocacia".

Por g1 ES
Fonte: @portalg1

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