“Acreditamos que cabe ao colégio de líderes e lideranças partidárias apresentarem emendas e submeter ao plenário”, disse o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), um dos relatores do texto e favorável à inclusão das armas no novo imposto seletivo (IS). Os líderes vão se reunir na próxima semana para discutir a questão. A bancada governista e a ala mais progressista devem encabeçar o pedido por mudança.
Entidades também fazem pressão externa neste sentido, com um ofício enviado aos deputados e assinado por mais de 60 instituições. “Se não houver a inclusão de previsão de tributação de armas de fogo pelo imposto seletivo, a tributação sobre esses bens será reduzida dos atuais 89,25%1 para apenas 26,5%. Ou seja, armas de fogo passarão a sofrer a mesma tributação de flores, fraldas, brinquedos e perfumes, que estarão submetidos à alíquota padrão do IBS e da CBS”, argumenta o grupo, que inclui o Instituto Sou da Paz, Oxfam Brasil, Instituto de Defensores de Direitos Humanos e o Instituto Fogo Cruzado.
A reivindicação para deixar armas de fora do imposto do pecado foi liderada pela oposição e pela chamada Bancada da Bala. “Somos sete relatores, representando os maiores partidos da Câmara. Tivemos que elaborar um substitutivo com absoluta concordância e unanimidade. Temos que perseguir o consenso”, justificou o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), outro membro do grupo de trabalho.
Os congressistas mantiveram a proposta original do governo com previsão de taxar com o IS apenas veículos, embarcações e aeronaves, cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas e bens minerais extraídos.
Quais impostos serão criados e quais serão extintos
A Emenda Constitucional da reforma tributária, aprovada pelo Congresso Nacional no fim do ano passado, permite a criação de dois novos impostos: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), juntos, eles formam o IVA.
Esses novos impostos substituirão cinco tributos existentes: ICMS (estadual), ISS (municipal), IPI, PIS e Cofins (federais). A transição dos impostos antigos para o IVA começará em 2026, com a implementação gradual do CBS e do IBS.
Também será criado um Imposto Seletivo, chamado de “imposto do pecado”, que vai recair sobre produtos considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. Cada um dos grupos de produtos e serviços sobretaxados terá uma alíquota específica.
A projeção atual é de que a alíquota geral do CBS e IBS 26,5%. Esse número pode mudar dependendo da negociação entre as bancadas na Câmara e no Senado.
Bruna Lima
Fonte: @portalr7
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