A OAB enviou um pedido para ter acesso a todos os documentos e diligências já realizadas no caso. Segundo o advogado Edgar Freitas, procurador da Procuradoria Jurídica e Prerrogativas da entidade, a medida tem como objetivo acompanhar o andamento da investigação e verificar se há indícios de práticas criminosas que justifiquem futuras responsabilizações. "Se não houver retorno, vamos acionar o Ministério Público da Bahia e a Corregedoria da Polícia Civil" , declarou.
O crime aconteceu no dia 24 de fevereiro deste ano. Maria das Graças, que atuava na área criminal, foi executada a tiros de pistola e fuzil logo após um encontro com um de seus clientes, o traficante Marcos Antônio dos Santos Xavier, conhecido como “Juca”, uma das lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) na região.
Ele havia sido preso em Santa Catarina no início de fevereiro, durante uma operação das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
Desde o assassinato, diferentes versões circulam em Ipiaú. Informações extraoficiais apontam que a advogada teria sido morta após uma suposta denúncia de que estaria fazendo "jogo duplo", atuando também na defesa de membros do Comando Vermelho (CV), facção rival do PCC.
A Polícia Civil, no entanto, nega ter conhecimento oficial dessa linha de investigação. "Não temos essa informação" , disse o delegado Isaías Pereira, titular da Delegacia de Ipiaú.
Apesar disso, o próprio delegado confirmou ao Correio 24 Horas que os suspeitos do crime já foram identificados e que há indícios de envolvimento de uma organização criminosa.
Isaías também afirmou que, até o momento, não há evidências da atuação do Comando Vermelho em Ipiaú, embora o município esteja no centro de disputas por território entre as duas facções em várias cidades da região.
Em nota oficial, a OAB-BA afirmou desconhecer qualquer ligação de Maria das Graças com organizações criminosas. "Até onde sabemos, não havia nenhuma acusação de envolvimento com o crime, apenas era uma advogada criminalista" , destacou Edgar Freitas.
Pelo pedido da Ordem, a Polícia Civil tem até 30 dias para fornecer documentos como depoimentos, laudos periciais e detalhes das diligências realizadas. Caso a resposta não seja satisfatória, a entidade promete levar o caso aos órgãos de fiscalização e controle da atividade policial.
Fonte: @portal_ig
Postar um comentário
Agradecemos pelo seu comentário!