Médica processa companhia após ser obrigada a se cobrir para entrar em avião

bit.ly/2GbU2YE | Uma médica americana afirmou ter sido obrigada a se cobrir com um cobertor para entrar num avião que seguiria de Kingston, na Jamaica, para Miami, nos EUA, após comissários de bordo da American Airlines terem reclamado de sua roupa. Por meio de um comunicado, a companhia aérea pediu desculpas pelo episódio, ocorrido em 30 de junho, informou a rede de TV "CNN" na última quinta-feira. A passageira estava acompanhada de seu filho de 8 anos, que ficou "arrasado" com a situação e começou a chorar, contou o advogado dela.

Natural de Houston, no estado do Texas, Latisha Rowe, publicou no Twitter fotos que mostram o macacão estampado que ela usava naquele dia em diferentes ângulos.

"Aqui está o que eu estava usando quando @AmericanAir me pediu para ir para uma conversa. A essa altura me pediram para 'encobrir'. Ao defender minha roupa eu fui ameaçada de não voltar ao voo a menos que eu andasse pelo corredor coberta por um cobertor", relatou em um dos posts na rede social. "Minha roupa cobria TUDO, mas aparentemente era muito perturbador para entrar no avião".

Segundo Latisha, uma aeromoça havia lhe perguntado repetidas vezes se ela tinha alguma jaqueta para vestir por cima do macacão. A médica então questionou o motivo daquilo e a comissária de bordo lhe teria dito que ela não entraria no avião "vestida assim".

"Para mim, isso pareceu um tapa na cara, porque eu me senti vestida de forma apropriada", disse Rowe. "Mas me disseram indiretamente, na frente do meu filho algo que, você sabe, era algo como 'você parece uma vadia'''.

A médica, que entrou com um processo contra a empresa, ressaltou o caráter racista por trás da atitude das funcionárias.

"Somos policiados por sermos negros. Nossos corpos são mais sexualizados e precisamos nos AJUSTAR para deixar todos a nossa volta confortáveis. Eu vi mulheres brancas com shorts muito mais curtos subirem a bordo de um avião sem um piscar de olhos", afirmou.

De acordo com Shannon Gilson, porta-voz da American Airlines, uma investigação foi aberta para apurar o caso. Ela disse ainda que ambas as comissárias de bordo do voo em questão são negras. Acrescentou também que a empresa planeja contratar um diretor de inclusão e diversidade, mas não mencionou se esse plano está relacionado ao que aconteceu com Latisha.

"Nós ficamos preocupados com os comentários da Dra. Rowe e entramos em contato com ela e com nossa equipe no aeroporto de Kingston para obter mais informações sobre o que ocorreu. Pedimos desculpas à Dra. Rowe e a seu filho por sua experiência e reembolsamos totalmente suas viagens. Temos o orgulho de atender clientes de todas as origens e estamos comprometidos em fornecer uma experiência de viagem segura e positiva para todos que voam conosco", afirmou Gilson em um comunicado enviado à "CNN".

Fonte: extra.globo.com

0/Comentários

Agradecemos pelo seu comentário!

Anterior Próxima