Investimento de empresas em startups no Brasil dispara em 2021 para US$ 622 milhões

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O setor de startups vem crescendo de maneira impressionante ao redor do mundo, mesmo em meio à crise sanitária sem precedentes em que estamos vivendo. E no Brasil não é diferente - as companhias veem um grande potencial neste tipo de empreendimento e estão investindo cada vez mais nisso. De acordo com um estudo feito pela Distrito, plataforma de inovação, somente nos sete primeiros meses de 2021, cerca de US$622 milhões foram movimentados em negócios de base tecnológica pelo chamado capital de risco corporativo.

Durante o período entre janeiro e julho deste ano, o investimento foi feito em 22 aportes. Já em 2020, o valor total aportado foi de US$199 milhões, em 27 transações diferentes. Ou seja, em apenas sete meses neste ano, vimos o triplo aportado no ano passado, mas em menos aportes. De acordo com o diretor de inovação do Distrito, Bruno Pina, “cada vez mais as grandes empresas têm entendido a aproximação com as startups como um recurso estratégico e fundamental para a sua transformação digital”. As startups são tão promissoras para empresas já estabelecidas pois elas expandem o alcance para o meio digital, da mesma maneira que o e-commerce aumenta o escopo das lojas e os novos cassinos online alcançam fãs de jogatina que não podem acessar às plataformas físicas, por exemplo.

A Distrito ainda analisou o setor nos últimos 20 anos para ter uma noção histórica. Foram 212 rodadas desse perfil, e 162 delas tiveram uma soma de US$1,3 bilhão em volumes transacionados. Aproximadamente 70% dos investimentos mapeados pelo estudo foram em negócios em estágios iniciais. Um destaque é o setor de varejo, que investiu US$206 milhões em 17 aportes. 

Como já era esperado, as fintechs lideraram o número de operações (24), e movimentaram um total de US$249 milhões. Porém, apesar do setor imobiliário ter contabilizado apenas quatro transações, estas somaram US$379 milhões, o que inclui aportes em empresas como o Quinto Andar e a Qualcomm. 

Empresas brasileiras comprando startups

Esse mercado mapeado pela Distrito está longe de esgotar, principalmente com a alta competitividade e globalização somadas às mudanças de comportamento de consumo relacionadas à crise sanitária. De olho na oportunidade, muitas corporações brasileiras já vêm fazendo fusões e aquisições com startups para escalarem o seu negócio e ter um braço no ambiente digital.

Um exemplo é a Magazine Luiza, que somente neste último ano adquiriu nove empresas. Mais recentemente, no começo de setembro, o Santander Brasil adquiriu 90% das ações da startup Apê11, que faz parte do setor imobiliário. O objetivo do banco é ampliar os serviços imobiliários que ele já oferece e permitir que seus clientes acessem um ecossistema completo em uma única plataforma. 

Já a Via, ex-Via Varejo e controladora das Casas Bahia, anunciou que pretende alocar até R$200 milhões em startups nos próximos 5 anos. “Estamos com as portas abertas à inovação e temos ainda diversas oportunidades para encurtar caminhos e destravar valores em nosso ecossistema, além de gerar negócios que vão além do varejo”, comentou um representante em nota.

Marco Legal facilita

No início do ano, em fevereiro, o senado aprovou o Marco Legal das Startups e do empreendedorismo inovador, ou PLP 146/2019. Este Marco facilita a criação de startups por empreendedores e também o aumento da oferta de capital para investimento. De acordo com o texto, “ as startups poderão admitir aporte de capital por pessoa física ou jurídica, que poderá resultar ou não em participação no capital social da startup, a depender da modalidade de investimento escolhida pelas partes.” 

O Marco Legal ainda menciona a figura do investidor-anjo, pessoa física que aplica o próprio patrimônio para o crescimento da companhia. Este não terá direito à gerência, voto, ou será considerado sócio, mas poderá participar como conselheiro, desde que isto esteja estabelecido em contrato. 

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