Advogado é condenado a mais de 11 anos de prisão por estuprar faxineira

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Via @portalg1 | O advogado Jefferson Moura Costa, de 45 anos, foi condenado a 11 anos e três meses de prisão pelo estupro de uma faxineira, de 29 anos, no apartamento dele, na Zona Leste de Teresina. O crime aconteceu no dia 14 de julho deste ano e a sentença foi dada pelo juiz João Antônio Bittencourt Braga Neto, da 3ª Vara Criminal, na quinta-feira (2).

A condenação foi em primeira instância, ou seja, o réu ainda pode recorrer. Contudo, o advogado, que está preso desde o dia do crime, não poderá recorrer em liberdade, conforme determinação do juiz que proferiu a sentença.

Por se tratar de um crime de violência sexual, o caso corre em segredo de justiça, para proteger a identidade da vítima. Por isso não foram divulgadas mais informações do processo.

O crime

A faxineira contou que o advogado foi à casa de sua sogra em busca de uma diarista, após indicação de vizinhos. Como estava precisando de dinheiro para comprar um remédio, ela aceitou o serviço.

"Era um apartamento normal, até que entrei no primeiro quarto, e o chão estava cheio de camisinhas usadas e não tinha peças de roupa. No segundo quarto, tinha o dobro de camisinhas e lubrificantes. Nesse momento eu sabia que seria estuprada. Pensei em pular pela janela, mas era muito alto", relatou a vítima.

Ao retornar para a sala, a diarista disse que se deparou com o advogado se masturbando e com um livro nas mãos. A vítima contou que correu para o quarto e o advogado fingiu que iria sair do apartamento. Ela disse que quando virou de costas, o suspeito a imobilizou.

Faxineira que pulou de prédio após ser estuprada disse que não consegue mais trabalhar — Foto: Catarina Costa/G1

"Ele me agarrou, tirou minha roupa e dizia que iria tirar um espírito de dentro de mim. Falava que nenhuma mulher prestava e se quisesse me matar dava um tiro na minha cara. Eu gritava pedindo socorro, mas ninguém me escutava. Eu pedia, 'meu Deus me ajude'", lembrou a faxineira chorando.

Após o ato de violência, a faxineira contou que o advogado mandou ela se vestir e terminar a faxina, e disse que depois iria estuprá-la novamente. Em seguida, pegou uma faca na cozinha para ameaçá-la e voltou para o sofá.

"Me ajoelhei e prometi que não iria entregar ele para a polícia, caso me deixasse ir para casa. Ele falou que eu poderia falar, mas ninguém acreditaria, porque ele era um homem poderoso. Até ali eu não sabia quem era ele", disse.

Enquanto fingia que fazia a limpeza no apartamento, a vítima disse que procurava uma alternativa para fugir. Em um momento de distração do advogado, ela escalou a varanda e a grade do ar condicionado do vizinho, até pular para o térreo do condomínio. O momento foi registrado pelas câmeras de segurança do prédio.

Na fuga, a mulher esbarrou no porteiro e contou ter sido estuprada pelo advogado, mas o homem não acreditou. Um morador de um prédio vizinho viu o desespero dela, prestou socorro e chamou a polícia.

"Eu estava tão desesperada, pedia ajuda para as pessoas na rua e ninguém acreditava em mim. Falavam que eu estava drogada. Mas esse morador pediu para eu me acalmar, falou que acreditava em mim e me deu abrigo até a polícia chegar", declarou, emocionada.

De acordo com a polícia, ao chegarem ao prédio onde o advogado mora, os policiais militares o flagraram com outra mulher, que também era faxineira. Ele e a vítima foram conduzidos para a Central de Flagrantes de Teresina.

A vítima passou por testes no Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Samvvis) que confirmaram o estupro.

Por Lucas Marreiros, g1 PI
Fonte: g1.globo.com

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