Faccini Neto, porém, defende mudanças nesse tipo de tribunal, que convoca cidadãos comuns para participar da decisão judicial: "Componente de vingança, não. Acho que, realmente, precisamos discutir algumas coisas sobre o júri, sobretudo do ponto de vista do que pode ser apresentado aos jurados."
O juiz usou como exemplo um argumento comum em casos de policiais que mataram durante o serviço, usando a justificativa de que se tratavam de bandidos. "Isso não pode ser vocalizado ao júri", opina.
"Eu sou defensor da instituição do júri, se bem que acho necessário a reformulação, modernização", afirmou Faccini Neto "Sendo eu defensor do júri, na minha perspectiva, sim, foi feita Justiça. E essa frase eu diria seja qual fosse a conclusão."
Após a condenação, os réus conseguiram um habeas corpus atendido pelo TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul). Depois, o ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu o HC e ordenou a prisão dos quatro. A decisão ainda tem que ser discutida em plenário.
Partida interrompe julgamento
Durante a entrevista, Orlando Faccini Neto negou que tenha interrompido o testemunho de uma vítima por causa da partida entre Corinthians e Grêmio. Ele disse que já estava programada a liberação dos jurados para acompanhar o segundo tempo do jogo e relaxarem, mas, nunca suspenderia um depoimento por causa de futebol."Um descanso mental para que pudessem assistir ao segundo tempo; anunciei isso publicamente. Se a testemunha ainda tivesse seguido a falar, eu seguiria com o julgamento normalmente", justificou.
O juiz também revelou que não acompanhava o noticiário durante os dias do julgamento: "Embora tenha acompanhado uma ou outra, eu não procurava pela notícia. Tentei estabelecer uma microrrotina para que o cansaço não vencesse."
Colaboração para o UOL
Fonte: noticias.uol.com.br
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