O novo advogado do médico, Claudio Dalledone Júnior, submeteu uma arguição de suspeição à 2ª Vara Criminal do Rio, sob a justificativa de haver indícios de imparcialidade da magistrada.
“Enfrentaremos com técnica, respeito ao Ministério Público, à imprensa, mas nós iremos impor a marcha do devido processo legal. Se necessário for, iremos aos tribunais superiores. Não iremos deixar que um inocente pague por aquilo que não fez”, declarou Dalledone.
Dalledone lista episódios, como o lançamento do livro “Caso Henry — morte anunciada”.
O advogado sustenta que “a presença da juíza [no evento] é incompatível com a imparcialidade e a independência que se esperam de quem deverá julgar esta causa criminal”.
Outros pontos explorados por Dalledone são declarações da magistrada à imprensa, fotos tiradas com manifestantes pró-Henry no Fórum e a afirmação, nos autos, sobre a materialidade do fato (de que houve crime).
“Existe materialidade suficiente para que essa morte seja caracterizada como um homicídio? Dizemos que não e temos como provar isso”, afirmou o advogado.
O advogado afirma que Jairinho “se sente na iminência de ser alvo de um julgamento predisposto à condenação e no qual poderá vir a ser alvo de um linchamento moral”.
Jairinho e Monique Medeiros na audiência desta terça-feira (14) sobre o caso Henry Borel — Foto: Brunno Dantas/TJ-RJRelembre o caso
Jairinho e a ex-mulher, Monique Medeiros, estão no banco dos réus do Tribunal do Júri e respondem ao processo presos.Henry Borel morreu no dia 8 de março de 2021, em decorrência de hemorragia interna por laceração hepática por ação contundente, segundo o laudo complementar de necropsia do IML. O documento também revela que o corpo do menino tinha 23 lesões.
O julgamento ainda está nas fases de audiências de instrução, onde testemunhas são ouvidas. A última sessão foi no dia 9, quando Jairinho e Monique depuseram. A mãe de Henry falou por quase 10 horas.
Uma nova audiência tinha sido marcada para o dia 16 de março, mas o Tribunal de Justiça a suspendeu. O desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto atendeu um pedido feito pela defesa de Jairinho. Os advogados do ex-vereador entraram com pedido de habeas corpus alegando que um exame de raio-x realizado em Henry foi ocultado da defesa.
Nesta segunda-feira (21), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, negou um pedido de liberdade para Jairinho.
Por Henrique Coelho e Leslie Leitão, g1 Rio e TV Globo
Fonte: g1.globo.com
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