Caso Henry: defesa de Jairinho pede afastamento de juíza do julgamento

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Via @portalg1 | A defesa de Dr. Jairinho, réu pela morte do enteado, o menino Henry Borel, pediu o afastamento da juíza Elizabeth Machado Louro do julgamento do caso.

O novo advogado do médico, Claudio Dalledone Júnior, submeteu uma arguição de suspeição à 2ª Vara Criminal do Rio, sob a justificativa de haver indícios de imparcialidade da magistrada.

“Enfrentaremos com técnica, respeito ao Ministério Público, à imprensa, mas nós iremos impor a marcha do devido processo legal. Se necessário for, iremos aos tribunais superiores. Não iremos deixar que um inocente pague por aquilo que não fez”, declarou Dalledone.

Dalledone lista episódios, como o lançamento do livro “Caso Henry — morte anunciada”.

O advogado sustenta que “a presença da juíza [no evento] é incompatível com a imparcialidade e a independência que se esperam de quem deverá julgar esta causa criminal”.

Outros pontos explorados por Dalledone são declarações da magistrada à imprensa, fotos tiradas com manifestantes pró-Henry no Fórum e a afirmação, nos autos, sobre a materialidade do fato (de que houve crime).

“Existe materialidade suficiente para que essa morte seja caracterizada como um homicídio? Dizemos que não e temos como provar isso”, afirmou o advogado.

O advogado afirma que Jairinho “se sente na iminência de ser alvo de um julgamento predisposto à condenação e no qual poderá vir a ser alvo de um linchamento moral”.

Jairinho e Monique Medeiros na audiência desta terça-feira (14) sobre o caso Henry Borel — Foto: Brunno Dantas/TJ-RJ

Coronel Jairo (C), pai de Dr. Jairinho, em coletiva — Foto: Henrique Coelho/g1

Relembre o caso

Jairinho e a ex-mulher, Monique Medeiros, estão no banco dos réus do Tribunal do Júri e respondem ao processo presos.

Henry Borel morreu no dia 8 de março de 2021, em decorrência de hemorragia interna por laceração hepática por ação contundente, segundo o laudo complementar de necropsia do IML. O documento também revela que o corpo do menino tinha 23 lesões.

O julgamento ainda está nas fases de audiências de instrução, onde testemunhas são ouvidas. A última sessão foi no dia 9, quando Jairinho e Monique depuseram. A mãe de Henry falou por quase 10 horas.

Uma nova audiência tinha sido marcada para o dia 16 de março, mas o Tribunal de Justiça a suspendeu. O desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto atendeu um pedido feito pela defesa de Jairinho. Os advogados do ex-vereador entraram com pedido de habeas corpus alegando que um exame de raio-x realizado em Henry foi ocultado da defesa.

Nesta segunda-feira (21), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, negou um pedido de liberdade para Jairinho.

Por Henrique Coelho e Leslie Leitão, g1 Rio e TV Globo
Fonte: g1.globo.com

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