Soldado do Exército passa mal em treinamento e é internado; 3º caso em uma semana

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Via @portalg1 | Mais uma vez um militar passou mal durante um treinamento. Esse é o terceiro caso em menos de uma semana. Dessa vez, foi um soldado do Exército de 18 anos.

Os pais de Daniel Martins Ribeiro da Silva dizem que foi por excesso de exercícios e falta de água. Eles dizem que encontraram o filho em uma situação delicada, na calçada da Vila Militar, na Zona Oeste do Rio.

Daniel foi socorrido pelos pais e levado para um hospital. Ele estava desorientado e fortes dores.

Foi internado e diagnosticado em situação grave caracterizada pela destruição das fibras musculares. Ele está sendo submetido a uma hemodiálise.

O jovem se tornou soldado do Batalhão Paraquedista na última semana.

O pai contou que, mesmo com dor, o filho foi obrigado a fazer flexões no asfalto quente e no calor de 40°C. Ainda segundo a família, durante os exercícios, o jovem foi coagido com frases como "Quer sair?", "Quer ir para o hospital?" e "Pede pra sair".

Um capitão-instrutor teria ordenado que o jovem pegasse sua farda e seus pertences e fosse embora do Exército.

O Comando Militar do Leste (CML) informou que Daniel passou mal, foi atendido e medicado. O CML disse ainda que foi aberto um procedimento administrativo para apurar o caso, e que o Exército brasileiro não compactua com qualquer tipo de conduta ilícita por parte de seus integrantes, repudiando atitudes e comportamentos em conflito com os valores militares e a ética.

Daniel Martins Ribeiro da Silva passou mal após treinamento — Foto: Reprodução/TV Globo

Cadete morreu após treinamento

O cadete Gabriel Lourenço da Silva Cordeiro tinha 24 anos de 24 anos. — Foto: Reprodução/TV Globo

Na madrugada de quarta-feira (16), o cadete do Corpo de Bombeiros Gabriel Lourenço da Silva Cordeiro, de 24 anos, morreu após passar mal durante uma caminhada no Parque Estadual da Pedra Branca, na segunda (14).

Uma sindicância militar foi aberta para investigar o caso – o resultado será enviado ao Ministério Público.

Segundo a corporação, Gabriel recebeu os primeiros socorros e foi levado de helicóptero ao Hospital Aristarcho Pessoa, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio. Ele chegou a ser intubado e transferido para outro hospital, mas não resistiu.

O corpo de Gabriel foi enterrado na quarta-feira. Durante a despedida, o pai de Gabriel falou para os colegas dele não desistirem de se tornarem militares.

"O que ele quer ver é todos vocês formados, se tornando oficiais. Esse era o sonho dele. E eu tenho certeza que ele quer ver vocês também se formando. Onde ele estiver, ele vai estar com vocês. Vocês são uma turma só e vocês se amam. Ele ama vocês e eu tenho certeza de que vocês amam também muito o meu filho. Que deus abençoe a todos", disse.

Em nota, a corporação informou que "o jovem evoluiu para um quadro grave de insuficiência hepática e chegou a ser transferido para o Hospital São Francisco da Penitência, na Tijuca, para tentar um transplante, mas veio a óbito na madrugada desta quarta-feira (16.03)".

Amigo cita maus-tratos

Um amigo da família de Gabriel disse que os cadetes foram submetidos a maus-tratos e que não podiam comer ou beber água.

Ainda de acordo com ele, os cadetes sofreram abusos físicos e emocionais, a ajuda médica demorou e o socorro médico não tinha oxigênio.

O Corpo de Bombeiros negou essas informações, afirmando que os alunos foram abastecidos com refeição durante o exercício e que uma ambulância deu suporte.

Jovem de 18 anos morre após bateria de exercícios

Morto em unidade do Exército, Pedro tinha 18 anos. — Foto: Reprodução/TV Globo

O Exército abriu um Inquérito Policial Militar para apurar a morte de Pedro Henrique Pereira dos Santos, de 18 anos.

Formado na Polícia do Exército, o soldado morreu no dia 10 de março após passar mal durante uma bateria de exercícios.

Em nota enviada, a Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Leste (CML) disse que "lamenta profundamente a morte do militar e está prestando toda a assistência necessária à família".

Ainda segundo o texto, o soldado se sentiu mal e foi "prontamente atendido pelo médico do quartel". "Em seguida, ele foi levado para o Hospital Central do Exército e, devido a complicações, veio a óbito", diz a nota.

Família cobra respostas

A família pede respostas sobre o que aconteceu. Um primo de Pedro Henrique, Cleiton, contou que a família foi avisada durante a noite, poucos dias depois da formatura de Pedro, no dia 7 de março.

"Pediram para a gente se encaminhar para o hospital, porque ele tinha passado mal e que a situação dele era delicada", contou. O quadro era de desidratação grave.

"Falaram que ele estava desidratado, em estado grave. Ele estava há duas semanas sem ir em casa. Segunda-feira foi a formatura dele, ele estava bem", relatou.

Segundo Cleiton, não houve exames prévios antes de entrar no curso da Polícia do Exército.

"Quando ele entrou, ele não fez nenhum tipo de exame. Para levar a pessoa à exaustão física, você tem que saber se a pessoa tem algum problema. Isso é responsabilidade do quartel. A gente quer essa resposta", finalizou.

Por Diego Haidar, RJ1
Fonte: g1.globo.com

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