Em depoimento, a esposa do advogado afirmou que voltava de carro para casa com o marido, na zona oeste, quando ele a informou que precisava “resolver um problema com um cliente” antes.
Ainda de acordo com ela, João Batista dirigiu por aproximadamente uma hora com o carro, deixando sua companheira apreensiva. Por fim, ela percebeu que ambos estavam no bairro Iguatemi, no extremo leste de São Paulo, onde o advogado estacionou seu Audi A3 na Rua Francisco Barbosa, que é sem saída.
Ele desembarcou, foi até a traseira do veículo e ficou encostado verificando o celular, disse a mulher. Ela acrescentou que, “de forma repentina”, ouviu disparos de arma de fogo e “é assalto”.
Uma testemunha viu o momento em que dois criminosos desceram a rua sem saída em alta velocidade, em uma moto. O garupa anunciou o suposto assalto, de acordo com registros policiais, e desembarcou já atirando contra a vítima. Em seguida, fugiram, na mesma moto em que chegaram.
O advogado foi socorrido por uma equipe dos bombeiros e encaminhado ao Hospital Santa Marcelina, em cidade Tiradentes, onde morreu.
João Batista foi condenado em 2019 por furto mediante fraude e organização criminosa pela 1ª Vara da Justiça Federal de Vitória da Conquista (BA).
Seis tiros
No local do crime foram localizadas e apreendidas seis cápsulas de munição, possivelmente calibre 9 milímetros. A vítima foi atingida ao menos quatro vezes na região do rosto, abdômen e membros inferiores.
A mulher e o irmão da vítima, que também é advogado e trabalha junto com João Batista, afirmaram desconhecer se ele havia sido ameaçado por algum cliente ou eventual desafeto.
Mesmo com os bandidos anunciando o suposto assalto, o delegado Jeyson Barreto Fernandes, que registrou o caso, considera o crime como homicídio, até o momento, por causa dos depoimentos, “natureza da ação”, e a quantidade de tiros dados contra a vítima.
O 53º DP (Parque do Carmo) investiga o que teria motivado o crime e o paradeiro da dupla de assassinos.
Condenado na Bahia
O Metrópoles apurou que o advogado João Batista foi condenado pela Justiça Federal da Bahia, em 2019, por organização criminosa e furto mediante fraude, com pena de seis anos, um mês e 21 dias no regime semiaberto.
A sentença resultou da Operação Lammer, deflagrada pela Polícia Federal em 2012.
Segundo a investigação policial, o advogado assassinado na capital paulista era conhecido como “Boy” e integrava uma quadrilha especializada em fraudes bancárias na internet. O bando invadia a conta bancária das vítimas e transferia altos valores para laranjas.
Além do advogado, outras 11 pessoas foram alvo da sentença judicial.
Alfredo Henrique
Fonte: www.metropoles.com
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