Caso Anic: advogada foi m0rt4 em motel de Itaipava; corpo foi enterrado e concretado

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Via @jornaloglobo | A advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, que desapareceu após sair a pé de um shopping, em Petrópolis, na Região Serrana, no último dia 29 de fevereiro, foi assassinada no quarto de um motel, localizado no mesmo município onde ela sumiu. Foi o que revelou, nesta terça-feira, a advogada Flávia Froés, responsável pela defesa do técnico de informática Lourival Correa Netto Fadiga. El é o principal suspeito do desaparecimento da vítima e está preso desde abril.

Segundo a advogada, seu cliente contou que Anic morreu após ter a traqueia quebrada por um soco. O corpo da vítima foi enrolado em um lençol e colocado num carro, e em seguida retirado do motel. A defesa do técnico de informática, informou ainda que o cadáver foi enterrado e concretado. O local será revelado nesta quarta-feira, durante o depoimento de Lourival. A previsão é a de que ele seja ouvido por videoconferência pela Justiça de Petrópolis.

O crime aconteceu no mesmo dia em que Anic foi vista com vida pela última vez, ao sair a pé de um shopping, no dia 29 de fevereiro. A versão, no entanto, ainda depende de uma confirmação da Polícia Civil e do Ministério Público.

Assassinada no dia do desaparecimento

Flávia Froés disse já ter comunicado ao juízo de Petrópolis o local onde ocorreu a morte da vítima e ainda em que ponto o corpo foi sepultado e concretado. Segundo a advogada, a revelação foi uma colaboração espontânea com a Justiça "para que sejam feitas as devidas perícias de constatação". A defensora reafirmou ainda que o homicídio ocorreu no início da tarde do dia 29 de fevereiro — mesmo dia em que Anic desapareceu. Segundo Flávia, "não houve destruição do cadáver". Antes, a informação era de que o corpo havia sido queimado.

Desde agosto, Lourival tenta firmar com o Ministério Público um acordo de colaboração para conseguir a liberdade dos filhos e de uma ex-namorada, mas ainda não obteve sucesso. No mês passado, ele admitira ter assassinado Anic e disse que houve um mandante para o crime.

Nesta sexta-feira, a advogada afirmou ainda que "aguarda a oitiva de Lourival já agendada pela Justiça para os próximos dias, quando irá indicar precisamente o local onde o cadáver se encontra, permitindo aos filhos e amigos de Anic fazerem seu funeral com a dignidade devida". Ela ressaltou, ainda, que durante o depoimento Lourival informará "ao juízo também o nome do mandante do crime".

Além de Lourival, outras três pessoas suspeitas de envolvimento no desaparecimento da advogada estão presas. Segundo a defesa, desde o início a intenção era o homicídio da vítima, e que a narrativa de um sequestro fazia parte do plano. Lourival diz que agiu mediante ordem de um mandante. Ele admitiu que tinha um relacionamento com Anic. O réu escreveu uma carta no cárcere contando detalhes do crime. Este documento está com a advogada Flávia Fróes.

Apesar de buscas terem sido feitas por policiais da 105ªDP (Petrópolis), o corpo de Anic nunca foi localizado. O relatório da investigação do caso, feito pela Polícia Civil, revela a proximidade entre o suspeito e a vítima, e revela o caso extraconjugal entre os dois. Ele também conclui que Anic teria entrado em um carro dirigido por Lourival, após ter sido vista pela última vez caminhando pelo Centro do município de Petrópolis. A família da vítima pagou a quantia de R$ 4,6 milhões, exigida por uma pessoa que fez contato por mensagens de texto com o telefone de Benjamim Cordeiro Herdy, de 78.

Marido da estudante, ele era casado havia cerca de 20 anos com a advogada, além de ser um dos herdeiros do fundador de um complexo educacional que originou uma universidade particular, vendida para outro grupo educador, em 2021.

As investigações feitas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) mostram que Lourival era responsável pela segurança pessoal da família de Anic, além de ter instalado câmeras de vigilância na casa da vítima e do marido, em Teresópolis, também na Região Serrana. O suspeito, segundo as investigações, se apresentou falsamente como policial federal.

Menção sobre mandante

A primeira vez em que foi mencionado um mandante para a morte de Anic foi quando o desaparecimento dela completou seis meses. Na ocasião, Flávia Reis revelou que a estudante havia sido assassinada no dia de seu sumiço e que "uma perícia com luminol perfeitamente vai apurar a existência de sangue dela" no local apontado por Lourival como sendo onde estaria o corpo.

Tanto na denúncia do Ministério Público quanto no relatório da 105ªDP, não há qualquer afirmação no sentido de a morte de Anic ter sido encomendada.

Caso Anic: O QUE VOCÊ PRECISA SABER

  • A advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, desapareceu em fevereiro de 2024.

  • Quatro pessoas suspeitas do desaparecimento compraram um veículo de luxo no valor de R$ 500 mil, uma motocicleta e 950 telefones celulares um dia após a família dela pagar uma quantia em dinheiro exigida para libertação da vítima, segundo a denúncia feita pela Promotoria de Investigação Penal de Petrópolis. Eles estão presos.

  • O técnico de informática Lourival Correa Netto Fadiga, amigo da família, é o principal suspeito do desaparecimento da advogada. Ele está preso e, no fim de agosto, admitiu, que assassinou a vítima.

  • A defesa de Lourival informou que ele apontou o local onde ocorreu a morte da vítima. Segundo a advogada Flávia Froés, a revelação foi uma colaboração espontânea com a Justiça "para que sejam feitas as devidas perícias de constatação". A defensora reafirmou ainda que o homicídio ocorreu no início da tarde do dia 29 de fevereiro — mesmo dia em que Anic desapareceu. Segundo Flávia, "não houve destruição do cadáver". Antes, a informação era de que o corpo havia sido queimado.

Por Marcos Nunes
Fonte: @jornaloglobo

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