O vídeo do depoimento de Freire Gomes foi divulgado nesta terça-feira (3) pelo STF após decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator na Primeira Turma da Corte do processo penal sobre tentativa de golpe.
O momento tenso aconteceu quando o advogado de Anderson Torres insistiu em fazer a Freire Gomes uma pergunta sobre uma minuta golpista cuja resposta o ex-comandante do Exército já havia dito que não tinha.
A atitude contrariou Moraes, que alertou o defensor pelo comportamento.
"Doutor, o senhor já perguntou quatro vezes a mesma coisa. A testemunha já disse que não pode afirmar com certeza se era o mesmo documento [a minuta], mas que os pontos importantes eram semelhantes. Se o senhor puder continuar, por favor", disse Moraes.
Após o alerta, Eumar Novacki disse estava sendo tratado de maneira desigual na comparação com o tratamento dispensado à Procuradoria-Geral da República, responsável pela acusação.
O advogado disse que queria ter os mesmos direitos para esclarecer pontos sobre a minuta, uma reunião com Anderson Torres e qual seria o papel de assessoramento do então ministro da Justiça a Bolsonaro.
Irritado, Moraes elevou o tom e reforçou que não permitiria desrespeito ou tumulto durante as oitivas.
"Nós não estamos aqui para fazer circo. Não vou permitir que vossa senhoria faça circo no meu tribunal. Vossa senhoria já foi desrespeitoso quando disse que não haveria necessidade de falar da advertência do falso testemunho. Isso é uma previsão legal, vale para civis e militares, independentemente do Código de Ética Militar", afirmou.
"Se vossa senhoria ler o Código de Processo Penal, saberia disso. Vamos continuar com tranquilidade. Vossa senhoria faz as perguntas, mas não adianta ficar repetindo seis vezes a mesma pergunta para tentar que a testemunha mude", completou o ministro.
Por Márcio Falcão, Luiz Felipe Barbiéri, TV Globo e g1 — Brasília
Fonte: @portalg1
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