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Conheça a tecnologia brasileira usada por Felca para responsabilizar 233 perfis por injúria

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Criador do vídeo “Adultização”, que viralizou nas últimas semanas, o influenciador Felipe Bressanim, conhecido popularmente como Felca, acionou a Justiça contra 233 perfis do X (antigo Twitter) que o associaram, de forma injuriosa, à pedofilia. 

A iniciativa só foi possível graças ao uso de uma tecnologia brasileira, conhecida como Verifact, que permitiu registrar os ataques virtuais como provas digitais válidas no processo, dando mais agilidade na identificação dos perfis e das postagens injuriosas antes que elas fossem eventualmente apagadas.

Adultização: vídeo viral desencadeou debate

Publicado em agosto de 2025, o vídeo “Adultização”, de Felca, alcançou dezenas de milhões de visualizações em poucos dias. No conteúdo, o influenciador denunciava a sexualização precoce de crianças nas redes sociais e questionava o papel dos algoritmos na propagação desse tipo de material.

A repercussão foi imediata e ultrapassou o ambiente online. O tema ganhou destaque na imprensa e mobilizou discussões no Congresso Nacional, onde parlamentares passaram a propor projetos de lei voltados à proteção de menores em plataformas digitais.

O episódio também reforçou a cobrança por maior responsabilidade das redes sociais na moderação de conteúdos sensíveis, consolidando o vídeo como um marco no debate sobre infância e ambiente digital no Brasil.

Ação inédita contra 233 perfis

Antes mesmo da publicação do vídeo, quando Felca ainda estava na etapa de pesquisa, ele se tornou alvo de ataques no X: diversos perfis começaram a associá-lo de forma injuriosa à pedofilia.

Na ação judicial, Felca propôs uma solução conciliatória para que os responsáveis pelos ataques pagassem R$ 250 a instituições de proteção à infância, além de apresentarem um pedido público de desculpas. 

Para fundamentar o processo, Felca e sua equipe jurídica usaram uma tecnologia brasileira para garantir que as provas digitais fossem registradas de maneira ágil, segura e sem risco de manipulação ou contestação em juízo.

Tecnologia ajudou Felca no registro seguro das provas

A equipe jurídica de Felca utilizou a Verifact, uma plataforma online especializada no registro e preservação de provas digitais. 

O objetivo da ferramenta é transformar evidências digitais em provas seguras e válidas na Justiça, algo essencial em um contexto em que prints de tela, por exemplo, podem ser facilmente manipuladas e considerados frágeis juridicamente.

Tradicionalmente, uma alternativa seria recorrer à ata notarial, documento emitido em cartório que atesta a existência de determinado conteúdo online. O problema no caso de Felca é que, por conta da demora do processo e do custo alto da documentação, havia o risco de que as postagens fossem apagadas rapidamente. 

Para garantir agilidade e preservar o material em tempo hábil, a equipe optou pela coleta usando a tecnologia da Verifact. 

A plataforma aplica técnicas forenses internacionais para registrar mensagens, áudios, vídeos e postagens de redes sociais, assegurando sua integridade, origem e contexto. 

Dessa forma, as evidências coletadas podem ser auditadas, apresentadas em juízo e aceitas em todas as instâncias do Judiciário brasileiro, reduzindo qualquer margem para contestação.

Com o uso da Verifact, centenas de publicações se transformaram em provas capazes de sustentar a responsabilização judicial de 233 perfis que atacaram o influenciador.

Ferramenta já é utilizada pela Justiça brasileira 

O caso Felca não foi o primeiro a contar com a tecnologia. A Verifact já é usada em investigações conduzidas por Ministérios Públicos, Polícias Civis, Advocacia-Geral da União (AGU), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e até pelo Senado Federal.

Recentemente, a ferramenta também foi decisiva no caso do influenciador Hytalo Santos, preso preventivamente junto ao marido sob acusações de tráfico humano e exploração sexual de menores, por meio de provas digitais coletadas que ajudaram a sustentar as investigações. 

Ao oferecer uma alternativa mais ágil que a ata notarial e muito mais segura que prints de tela, a Verifact (@verifactbrasil) vem se consolidando como aliada da Justiça brasileira. 

Em um cenário em que crimes digitais crescem, a tecnologia garante que provas digitais sejam preservados com validade jurídica, permitindo que ofensas e ataques virtuais resultem em responsabilização no mundo real.

Novos desdobramentos do caso

No último dia 14/8, a pedido de Felca, a Justiça determinou a quebra de sigilo de todos os 233 perfis envolvidos. A decisão foi assinada pela juíza Flavia Poyares Miranda, alegando que as acusações ferem o Marco Civil da Internet

Poucos dias depois, em 19 de agosto de 2025, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou a quebra de sigilo pela Google, após Felca receber ameaças de morte por e-mail.

O vídeo também gerou repercussões políticas e sociais. Desde sua publicação em 6 de agosto de 2025, parlamentares apresentaram projetos de lei sobre proteção infantil no ambiente digital, e o tema se consolidou como pauta nacional, reforçando a cobrança por maior responsabilidade das plataformas.

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