Nos últimos anos, as autoridades identificaram postos piratas, fraudes em bombas e combustível misturado com substâncias tóxicas, como o metanol, proibido no Brasil. Além dos danos ao motor e ao meio ambiente, a prática financia atividades criminosas como o tráfico e a lavagem de dinheiro. Só entre 2020 e 2024, a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal (PF), revelou uma rede que movimentou R$ 52 bilhões e sonegou mais de R$ 7 bilhões em impostos.
É nesse contexto que o Instituto Combustível Legal (ICL) (@institutocombustivellegal) lança uma campanha nacional de conscientização, com o objetivo de alertar motoristas e consumidores sobre os riscos do combustível adulterado e o impacto desse crime em diversas áreas da economia. O foco da ação é claro: mostrar que ao abastecer em postos irregulares, o consumidor pode estar abastecendo o crime.
Falas e documentos de apoio
De acordo com o ICL, mais de 800 postos em todo o país já foram identificados como parte de redes ilegais controladas por organizações criminosas, movimentando cerca de R$ 62 bilhões por ano, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. As fraudes envolvem adulterações químicas na gasolina, no etanol e no diesel – muitas vezes com até 90% de metanol, quando o limite máximo permitido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) é de apenas 0,5%.
Os efeitos vão muito além do carro: o metanol é altamente tóxico e pode causar problemas respiratórios, cegueira e até morte. Além disso, o combustível adulterado corroe peças, aumenta o consumo e eleva a emissão de poluentes. Segundo a ANP, em 2024 foram realizadas 17.341 fiscalizações no mercado de combustíveis em todo o país, o que resultou em 4.600 autos de infração por irregularidades de qualidade. Já o Instituto Combustível Legal (ICL) informa que, no mesmo ano, o programa Cliente Misterioso, que visita postos com indícios prévios de risco, identificou irregularidades em aproximadamente um quarto dos estabelecimentos avaliados.
O Instituto reforça que a melhor forma de se proteger é abastecer apenas em postos de confiança, exigir nota fiscal e verificar os selos de qualidade da ANP e Inmetro. O consumidor que perceber algo suspeito deve denunciar à ANP, IPEM ou ao Procon. “Combustível adulterado é crime – e o combate começa com a atitude de cada um”, afirma o ICL.
Considerações finais
A campanha busca provocar reflexão e engajamento coletivo.
Ao escolher postos confiáveis, o motorista protege o próprio veículo, o meio ambiente e a economia nacional. Mais do que uma questão de cuidado com o carro, trata-se de um ato de cidadania e responsabilidade social.
A mensagem central do Instituto Combustível Legal sintetiza o alerta com clareza: “Você abastece seu carro e, sem saber, abastece o crime.”
O movimento pretende fortalecer a fiscalização e mobilizar a sociedade no enfrentamento de um dos crimes mais lucrativos e silenciosos do país – aquele que começa no tanque e termina no bolso de todos nós.

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