Bolsonaro afirmou, porém, que decidiu conceder a graça ao deputado, que é aliado dele, porque houve “excesso” na decisão do Supremo, que condenou Silveira a oito anos e nove meses de prisão em regime fechado, além da perda do mandato e dos direitos políticos.
Silveira foi condenado por estimular atos contra a democracia, defender o fechamento do STF e do Tribunal Superior Eleitoral, incitar a invasão do Supremo e fazer ataques, insultos e ameaça aos ministros da corte.
“Não se discute que houve excesso por parte do STF. Um deputado federal, por mais que ele tenha falado coisas absurdas - e ninguém discute isso, que foram coisas absurdas - a pena não pode ser oito anos e nove meses de cadeia em regime fechado, perda de mandato, inelegibilidade e multa. Houve um excesso", disse Bolsonaro em entrevista a uma rádio de Cuiabá (MT).
"Caberia a mim, e só a mim e mais ninguém aqui no Brasil, desfazer essa injustiça. Não quero peitar o Supremo, dizer que sou mais importante, tenho mais coragem que eles. Longe disso”, disse.
Bolsonaro concedeu o perdão da pena a Silveira um dia após a decisão que condenou o deputado. Partidos de oposição recorreram ao Supremo pedindo a anulação do decreto do presidente. Mesmo que a graça seja mantida, o deputado ainda pode ficar inelegível e perder o mandato.
Moraes
Após o perdão concedido por Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirmou que o Poder Judiciário tem de analisar se o indulto individual obedece à Constituição.Moraes disse também que o indulto não livra Silveira da inelegibilidade.
No entendimento do ministro, qualquer que seja a avaliação sobre o indulto, o decreto de Bolsonaro não interfere na inelegibilidade do deputado, estipulada pela Lei da Ficha Limpa.
*Veja o vídeo da matéria na íntegra, aqui
Por Guilherme Mazui, g1 — Brasília
Fonte: g1.globo.com
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