O setor da “restrita” seria responsável por matar líderes e faccionados importantes, bem como por cometer atentados contra autoridades, de acordo com o relato da testemunha. Caso se tratasse de um faccionado qualquer, não haveria atuação da “restrita”, mas sim do “tribunal do crime”. “Confirmou, ainda, que o setor da ‘restrita’, chefiado por Janeferson, é responsável por coordenar atos não somente no estado de São Paulo, mas no Brasil inteiro”, aponta o documento. Como a Jovem Pan mostrou, relatórios de inteligência produzidos pelo Gaeco do Ministério Público de São Paulo e a PF apontam que plano da facção criminosa – com o possível sequestro do ex-juiz – previa usar Sergio Moro como moeda de troca para a libertação de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. O objetivo, segundo investigadores, seria usar o senador e familiares como moeda de troca — a organização criminosa já teve ao menos três planos de fuga desbaratados pela polícia nos últimos dois anos. O sequestro de autoridades para fins de libertação de lideranças criminosas foi uma prática muito usada pela guerrilha colombiana Farc, parceira de facções brasileiras no tráfico de drogas e armas.
As ameaças contra Moro e outras autoridades foram investigadas pela Polícia Federal e basearam a Operação Sequaz, realizada na quarta, 22, que terminou com a prisão de 12 pessoas. Inquérito da corporação aponta que o plano para sequestro do ex-juiz foi financiado por tráfico internacional de drogas. A investigação afirma que o material mostra que “se a prestação de conta não for enviada no tempo certo, a financeira da Bolívia que vai cobrar eles, ou seja, o dinheiro que é recebido pelos investigados vem, naturalmente, do tráfico de drogas”, escreveram os investigadores.
Por Jovem Pan
Fonte: jovempan.com.br
Postar um comentário
Agradecemos pelo seu comentário!