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Romilton está preso em uma penitenciária em Avaré (SP) desde 2019. À época, a intenção era negociar uma transferência para um presídio no Mato Grosso, para que ele conseguisse fugir.
O traficante teria oferecido R$ 1 milhão em propina, dinheiro que seria entregue ao desembargador.
Ivo foi afastado do caso na semana passada, quando a Operação Churrascada foi desencadeada. Wellington teve a prisão preventiva decretada, mas está foragido. O g1 tenta localizar a defesa do advogado.
Mensagens interceptadas com autorização da Justiça e obtidas pela EPTV, afiliada da TV Globo, revelam como funcionaria a venda.
Em uma delas, Wellington conversa com um intermediário de Ivo no TJ:
- Lembrando que a ponta do Mato Grosso já está certa para buscar. Se for concedido, a penitenciária do Mato Grosso já vem buscar [R$ 1 milhão], entendeu? É só o fato de conceder.
Uma outra mensagem aponta Luiz Pires de Moraes, advogado em Santa Rosa de Viterbo, conversando com Wellington sobre o pagamento da propina de R$ 1 milhão. A suspeita da PF é de que Luiz foi até o Paraguai buscar o dinheiro:
Procurada pela EPTV, a defesa dele disse que não vai comentar a investigação porque não teve acesso às acusações.
- E aí, meu parceiraço? Já voltei do Paraguai, hein? Lá a mala está pronta. Agora só você na área, hein?
Troca de mensagens entre advogados de Santa Rosa de Viterbo, SP, mostra tentativa de negociação para transferência de traficante — Foto: Reprodução/EPTV
Wellington ainda pergunta para o advogado de Santa Rosa se o homem que vai pagar pela transferência tem mesmo o dinheiro:
- Demorou, doutor. Vou dar uma cobrada no rapaz aqui. Os meninos será que é firme para pagar ou vai querer parcelar?
- Tá de brincadeira, né? O cara é bilionário, bi. Tem 50 mil bois. Tem oito mil alqueires, alqueirão de soja. Tem uns 20, 30, helicópteros e avião. Esquece. Cocaína então deve ter estocado mais de seis, sete toneladas na fazenda.
Segundo a Polícia Federal, o plano não deu certo por dificuldades encontradas ao longo do caso.
O advogado Wellington Pires da Silva, de Santa Rosa de Viterbo, SP, está foragido — Foto: Reprodução/EPTV
Afastamento do desembargador
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou Ivo por um ano, após a divulgação das informações da operação da PF. A Corregedoria Nacional de Justiça também instaurou Reclamação Disciplinar (RD) contra o desembargador.
De acordo com a decisão do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, a divulgação dos fatos pela imprensa "pode indicar que a conduta do requerido é contrária aos deveres de independência, prudência, imparcialidade, integridade profissional e pessoal, à dignidade, à honra e ao decoro, circunstâncias que justificam a instauração de processo".
Na decisão, o ministro Salomão dá prazo de 10 dias para que a presidência e a Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça de São Paulo prestem informações, sobre eventuais pedidos de providências e processos administrativos envolvendo o desembargador.
Ivo de Almeida já foi juiz corregedor dos presídios paulistas em 1992 durante o "Massacre do Carandiru".
Assista à reportagem do EPTV2 na íntegra:
Veja o vídeo clicando aqui
Por EPTV e g1 Ribeirão
Fonte: @portalg1
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