A lei foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) na segunda-feira (17).
O que a lei proíbe?
A lei veta especificamente o uso de “novas formas de flexão de gênero e de número das palavras” que não sigam as regras gramaticais estabelecidas, o Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) e o Acordo Ortográfico.
Na prática, isso proíbe o uso de termos da linguagem neutra como “todes” ou “elu” nos documentos e comunicações oficiais dos governos.
A linguagem neutra é geralmente utilizada por parte da comunidade LGBTQIA+ que busca formas mais inclusivas para pessoas que não se identificam com os gêneros masculino ou feminino.
A proibição vale para governos de todo o país, atingindo órgãos federais, estaduais, distritais e municipais, de todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
O foco principal: linguagem simples
O objetivo principal da Política Nacional de Linguagem Simples é garantir que a administração pública use uma comunicação clara e acessível para todos os cidadãos. A ideia é que a população consiga “encontrar, entender e usar as informações” publicadas pelo governo.
A lei também busca:
- Promover a transparência e facilitar o acesso à informação pública.
- Facilitar a participação popular e o controle social da gestão.
- Melhorar a compreensão da comunicação pública para pessoas com deficiência.
- Exigir, sempre que possível, que comunicações destinadas a comunidades indígenas tenham uma versão na língua dos destinatários, além do português.
Origem e detalhes da aprovação
O projeto de lei que deu origem à política foi aprovado pelo Congresso em março deste ano.
A autora do projeto é a deputada federal Érika Kokay (PT-DF).
A lei sancionada sobre a linguagem neutra foi assinada pelo presidente Lula e pelos ministros Esther Dweck (Gestão e Inovação), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).
Lula veta trecho
Lula optou por vetar um artigo que obrigava cada órgão público a designar um servidor específico para fazer o tratamento das informações na linguagem simples.
O presidente justificou que a obrigatoriedade seria inconstitucional, pois a definição sobre o funcionamento da administração pública é uma atribuição exclusiva do chefe do Poder Executivo.
Carolina Sott
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fonte: @ndmais

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