A ação, assinada pelo presidente da OAB-ES, José Carlos Rizk Filho (foto), tem por fundamento os fatos ocorridos na audiência de instrução e julgamento, ocorrida no dia 17 de Maio de 2022, por videoconferência.
Conforme áudio da audiência anexado na representação, a juíza Mariana Lisboa Cruz interrompe aos gritos o debate entre os advogados e passa a se dirigir a Sergio Murilo de forma ríspida e cometendo excessos na abordagem, detalha a representação da OAB-ES apresentando a transcrição literal de alguns trechos do áudio.
A magistrada chegou a oferecer uma sessão de terapia para a advogado: “Doutor, o senhor quer fazer uma sessão de terapia pra vir pra audiência?, perguntou. E fez outros questionamentos e afirmações considerados ofensivas pela OAB-ES, entre eles: “O Senhor ta achando que eu tenho cara de palhaça?”; “O senhor sentou aqui como réu, como denunciado, como cliente”; “O senhor está agindo como se fosse uma criança sentado aqui”; “Se eu fosse ela eu contrataria alguém que entrasse aqui como….entendeu….”
Para a OAB-ES, não foi apenas um advogado que foi desrespeitado, mas toda a classe. “Importante mencionar que não foi o cidadão Sergio que foi ofendido e desrespeitado, foi o advogado Dr. Sergio, foi uma classe inteira que foi ofendida. Quando um Magistrado desrespeita um Advogado dentro da sala de Audiência, está na verdade desrespeitando toda a classe, e por tal razão, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não pode permitir que tal conduta passe In Albis, para garantir que não se repita”, consta na representação.
“A gravação é clara quanto a conduta da Magistrada, e tal comportamento deve ser repreendido de forma dura por este Conselho, uma vez que, os advogados, no exercício de sua profissão, não são hierarquicamente inferiores aos Magistrados, e quando um Magistrado se comporta como se superior fosse, precisa ser advertido de forma direta, para que respeite a igualdade hierárquica e mantenha um tratamento respeitoso e honroso para com os Advogados”, sustenta a OAB-ES ao CNJ.
E afirma que “conforme as gravações demonstram, a Juíza Dra. Mariana Lisboa Cruz, agiu em completa desconformidade com tal garantia de igualdade hierárquica, elevando o tom de voz com o Advogado, intimidando-o com uma postura agressiva e intimidadora, atingindo níveis absurdos em sua conduta desabonadora, recomendando que o Advogado buscasse tratamento psicológico e finalizando com uma orientação de que a parte contratasse outro profissional”.
A representação é finalizada com os seguintes questionamentos: ”Como a Magistrada agiria se o Advogado a recomendasse buscar uma terapia? Se o Advogado afirmasse que a magistrada não possui condições de conduzir aquele processo, recomendando que a mesma fosse substituída por um Juiz mais capacitado? Certamente tal conduta não seria despercebida, e a Juíza tomaria as providencias cabíveis para punir o Advogado que a desrespeitasse de tal maneira”, conclui a OAB-ES requerendo ao CNJ “que sejam apurados os fatos acima narrados, instaurando-se o competente processo legal administrativo disciplinar para aplicação da penalidade cabível e prevista em lei para a espécie”.
Confira aqui a representação da OAB-ES ao CNJ
Fonte: jurinews.com.br
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